No começo da noite de ontem, 11 sentenciados que estavam no pavilhão disciplinar do CPP de Franco da Rocha agrediram e dominaram um Policial Penal e lhe tomaram as chaves, conseguindo se evadir da unidade prisional.
Os fugitivos foram todos recapturados nas estradas de Franco da Rocha com apoio da PM e GCM e imediatamente encaminhados para Presidente Venceslau.Até o fechamento desta matéria um dos sentenciados ainda estava foragido
Os homens do GIR foram deslocados para a unidade para dar apoio aos policiais da unidade.
O CPP de Franco da Rocha tem um déficit de mais de 50 Policiais Penais em uma unidade que conta com uma população de 2237 presos e uma capacidade para 1738.
Aumento das ocorrências se deve a falta de pessoal
Quem conhece o trabalho em uma unidade prisional sabe que a falta de pessoal reduz a segurança das unidades, a população prisional, ao contrário do que pensam os leigos, sabe perfeitamente quando uma unidade está com baixo efetivo e se aproveita dessas situações.
O número de policiais por posto, não foi estabelecido de forma aleatória, foi determinado por estudos e pela experiência na manutenção da ordem nas unidades prisionais.
Por isso o SIFUSPESP quando denuncia a falta de efetivo, afirma que isso fragiliza a segurança das unidades e coloca em risco a vida e integridade física dos Policiais Penais.
A segurança é fragilizada porque os procedimentos de segurança estão sendo desrespeitados pela própria secretaria que os criou.
Secretário afirma que três agressões por semana é um “número é bastante pequeno”
O Secretário da SAP, Sr. Marcello Streifinger, durante audiência da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Alesp na tarde desta quarta-feira (6/12) declarou: “Comportamentos individuais, pessoas que não quiseram sair da cela, que desacataram, jogaram objetos no rosto do policial, temos três por semana”, quando questionado sobre a ocorrência de motins e agressões nas unidades. Em seguida afirmou:. “Dentro de um universo de 197 mil pessoas, esse número é bastante pequeno” .
Situação tende a piorar
Entre dezembro de 2022 e 30 de junho de 2023, 2032 Policiais Penais deixaram os quadros da secretaria por aposentadoria, exoneração ou morte. Isso dá uma média de 11 policiais a menos por dia, seguindo essa média serão 4 mil a menos esse ano, ou seja quase quatro vezes o que o governo pretende contratar após a aprovação da Polícia Penal.