Hoje, 7 de setembro, comemora-se a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822 , em terras paulistas, às margens do rio Ipiranga, Dom Pedro Primeiro proclamou a ruptura do jugo da metrópole Portuguesa.
Deixávamos oficialmente de ser uma colônia.
Embora depois de todos esses anos nosso país ainda lute para ser verdadeiramente independente das potências que salivam por nossas riquezas, embora possamos divergir entre nós quanto aos rumos da nação, não temos estrangeiros ocupando os cargos de direção de nosso país, não estamos submetidos às ordens de uma metrópole distante e mantemos nossa unidade territorial intocada sem enclaves estrangeiros dentro de nossa pátria, falamos uma única língua e somos regidos por uma única lei.
Em nossa secretaria infelizmente não temos tal situação, hoje temos pessoas alheias a nossas realidades decidindo nossos destinos, ainda temos enclaves em que profissionais alheios a nossa pasta atuam.
Sabemos da luta árdua empreendida para controlarmos as escoltas no interior, que mesmo de forma penosa, cumprimos com galhardia. Porém ainda ainda nos falta o controle de todas as muralhas do estado.
Pior ainda não temos um dos nossos decidindo os destinos de nossa pasta, não é uma questão de preconceito, é uma questão de pertencimento. Nosso ofício é tão distante da realidade de quem não vive nosso dia a dia, nossa realidade é tão apartada e com uma dinâmica tão peculiar, que uma pessoa que nunca contou um raio, nunca entrou desarmado em um pátio, nunca nem pensou em ter uma faca colada em sua garganta em uma situação de crise acaba nos parecendo um estrangeiro.
Somente quem no dia a dia convive com ameaças, tem que respirar fundo e apesar dos seus sentimentos, garantir a integridade física e os direitos de alguém que matou, estuprou ou sequestrou sabe quem somos nós.
Somente alguém que convive às 12 horas dentro dos muros, ou rasga o estado de ponta a ponta conduzindo criminosos de alta periculosidade sob ameaça de uma das organizações criminosas mais temidas do planeta pode entender quem somos nós.
Quem nunca sentiu o “cheiro de cadeia” , esse ar opressivo que impregna nossa farda assim que as portas se fecham atrás de nós, sempre será um forasteiro.
Nunca entenderá que apesar de brigarmos entre nós, divergimos e debatermos; sabemos ser como um só nos momentos de crise. Sabemos superar, até o que se diz impossível, muitas vezes à custa de nossa própria saúde e bem estar.
Hoje, na expectativa de uma Lei Orgânica, vemos um desejo de nos dividirem, de usurpar funções nossas por lei e direito, de separar um sistema que é uno ao não abarcar todos os que trabalham no sistema.
Como última afronta, mesmo sendo para constituição do Estado e da República uma Polícia, parte do sistema de segurança pública nos deixam de fora até do desfile de 7 de setembro.
Nosso tempo de espera está acabando, a paciência com promessas não cumpridas se esgotando, a tolerância com as humilhações e as esperanças de uma vitória sem luta se esvaindo.
Está chegando a hora guerreiros de proclamar “Independência ou Morte! “ e mostrar que como no hino :“Verás que um filho teu não foge à luta”.