As origens históricas do dia do trabalhador vem da luta pela jornada de 8 horas diárias e melhores condições de trabalho.
Numa greve iniciada em 1º de maio de 1886 em Chicago diversos trabalhadores morreram e foram presos, lutando por esses direitos.
Em 1889 em um congresso realizado em Paris, trabalhadores do mundo inteiro decidiram que essa data seria dali para frente marcada pela reivindicação de direitos.
Férias remuneradas, descanso semanal remunerado, jornada de 40 horas semanais e aposentadoria, tudo isso era apenas um sonho no século 19.
Tudo o que hoje damos como garantido, como direito, como lei trabalhista foi conquistado à custa de muito sangue, suor e luta.
O próprio direito de se organizar em sindicatos já foi considerado crime e “subversão” a ordem.
Nos últimos anos vimos a perda de direitos garantidos sob a desculpa de “melhorar a economia” e evitar a “quebra do estado”.
A “deforma trabalhista” de Temer só tirou direitos dos trabalhadores sob regime de CLT sem retornar nenhum benefício.
A “deforma da Previdência” do Governo Bolsonaro arquitetada por Paulo Guedes serviu de ponto de partida para que João Dória nos tirasse nossa aposentadoria especial e na prática força-se muitos guerreiros e guerreiras a trabalhar até a morte.
Hoje vemos trabalhadores escravizados pelos aplicativos de entrega e transporte que não tem nenhum direito ou garantia trabalhista sob a desculpa de que são “empreendedores”.
Se formos refletir sobre esses retrocessos veremos que estamos lentamente retornando a realidade do século 19.
Para isso foi necessária uma intensa campanha para enfraquecer as entidades sindicais, culpá-las por todas as misérias impostas aos trabalhadores e criminalizar a organização sindical.
Infelizmente muitos da nossa categoria não se enxergam como trabalhadores, e reproduzem os ataques contra os sindicatos.
Desde 2017 quando a nova gestão assumiu o sindicato, buscamos resgatar a tradição de lutas do SIFUSPESP, sempre tentando conscientizar a categoria que o sindicato não é um prédio, não é uma diretoria. Sindicato somos todos nós, unidos e organizados.
Desde 2017 foram várias lutas: Contra a reforma da previdência de Temer,contra a reforma da previdência do Dória, pela aprovação da Pec da Polícia Penal em Brasília e aqui, contra a privatização de Dória e pela chamada de todos os concursos em aberto.
Em muitas fomos vencedores, nas que sofremos derrotas como na reforma da previdência de Dória tiramos lições, sendo a principal, a de que quando estamos unidos em um só ideal, somos imbatíveis.
Agora, frente à afronta cometida pelo Governo Tarcísio de não nos contemplar com o aumento que virá para a SSP, somos novamente desafiados a lutar.
Está na hora da categoria mostrar que se valoriza, mostrar o brio e garra que demonstramos a cada plantão que fecha sem problemas, em cada princípio de rebelião que controlamos.
Só conseguimos fazer isso, porque apesar dos pesares atuamos como um só.
Para enfrentar os desmandos do governo e da secretaria temos que fazer o mesmo.
Aqueles que buscam dividir a categoria, desanimar quem quer ir à luta, na prática são traidores da própria classe, traidores da farda suada e às vezes manchada de sangue.
Aqueles que tentam iludir dizendo que só seremos reconhecidos se estivermos na SSP, ou que a culpa é do sindicato, esquecem que só seremos valorizados quando nos dermos valor.
Porque se tivermos consciência do valor que temos, que fazemos um trabalho de excelência nas piores condições, jamais deixaremos que nos tirem direitos.
Jamais deixaremos de lutar pelo que é justo e certo. Nesse momento vamos nos levantar como um só e mostrar que somos um gigante que não pode ser detido.
Nesse dia 2 às 10 h temos um desafio, um desafio de lotar a ALESP e mostrar que não podemos ser deixados de lado.
Lembrando que nesse mesmo dia 2 de maio completam-se 5 anos que ocupamos o Ministério da Justiça em Brasília justamente porque fomos deixados de lado pelo relator da reforma da previdência.
Pois a grande lição do Dia do Trabalhador é de que não importam as diferenças entre nós, o que importa é o que nos une: Somos trabalhadores e só conquistamos a vitória quando estamos unidos e organizados.