Caso aconteceu no último dia 21 de novembro em Juquitiba, no interior de São Paulo, quando servidor pediu ao motorista que conduzisse o veículo até a delegacia do município para registro do boletim de ocorrência.
por Giovanni Giocondo
O policial penal Bruno Cezar Lima de Oliveira, da Penitenciária 1 de Franco da Rocha, prendeu um homem em flagrante pela tentativa de estupro de uma mulher dentro de um ônibus na rodovia Régis Bittencourt. O crime foi registrado na altura do município de Juquitiba, no interior de São Paulo, no último dia 21 de novembro.
De acordo com o boletim de ocorrência, a detenção aconteceu quando o servidor notou uma mulher gritando, e ao verificar o que ocorria, notou o acusado tentando acariciar as partes íntimas da moça, além de ter tirado a roupa, o que pressupunha que tentaria violentá-la sexualmente. Apesar de ter sofrido com o assédio, a vítima não teve ferimentos.
Houve forte indignação por parte dos demais passageiros do ônibus, que vinha de Curitiba com destino a São Paulo. Bruno Cezar, que estava de férias do trabalho e havia aproveitado o período de recesso para visitar a mãe na capital do Paraná, agiu com total cautela, inclusive para preservar o bem estar de crianças que também faziam a viagem e ficaram muito nervosas com a discussão decorrente da abordagem.
Isso porque o acusado da tentativa de estupro, que segundo o boletim de ocorrência, teria se apresentado como “sargento do exército”, tentou negar que estivesse cometendo o delito e iniciou o entrevero. O policial penal simplesmente pediu calma aos passageiros, deu voz de prisão ao acusado, determinou que ele se sentasse em sua poltrona, solicitou ao motorista que levasse o ônibus até a delegacia mais próxima - em Juquitiba - onde o suspeito permaneceu detido.
Em entrevista ao SIFUSPESP, Bruno Cezar Lima de Oliveira diz que foi muito elogiado pelos colegas de sistema, pelo delegado, o escrivão e outros agentes da Polícia Civil que registraram e acompanharam o flagrante pelo fato de ter agido dentro do que determina a legislação, e privilegiando tanto a saúde física da vítima da tentativa de estupro quanto o psicológico de todos os demais passageiros, sobretudo dos menores de idade.
Há um ano atuando no sistema prisional, ele considera que além de ter atuado dentro do que determina a função de policial penal, agiu como qualquer cidadão deveria ter agido, preservando a vida e a dignidade de uma pessoa em situação vulnerável, e colocando na prisão uma pessoa perigosa, que poderia atentar contra qualquer outra mulher.
“Eu e outros homens temos esposa, ou mãe, uma filha ou amiga, qualquer pessoa próxima que pode infelizmente ser potencial vítima de indivíduos como este, que se aproveitam de uma situação que ele julga conveniente para praticar um crime monstruoso. Não devemos jamais permitir qualquer prática dessa natureza! Nossa função, enquanto policiais penais, é prevenir esses delitos. Por um momento, pensei que havia agido no calor dos acontecimentos, mas depois, ao ver o reconhecimento dos companheiros pela minha iniciativa, enxerguei que fiz o que era certo. Que todos possam seguir esse exemplo”, concluiu Bruno.
O presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, exaltou a coragem do servidor em evitar a consumação do estupro. Ele deixou claro que os policiais penais estão sempre prontos para reagir e impedir crimes mesmo fora dos muros das unidades prisionais, já que lidam diariamente com criminosos. “Nosso papel é agir com inteligência e prevenir que casos como este se repitam.
A prioridade do trabalho da polícia penal é, em primeiro lugar, defender a segurança da população. Por essa razão, ficam aqui nossos parabéns ao guerreiro pela bravura e pela inteligência com que agiu para que esta mulher não fosse mais uma vítima de violência e nosso incentivo para que todos possam vê-lo como inspiração de uma pessoa íntegra, que coloca o bem estar de seu semelhante em primeiro lugar”, reiterou.