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Questionário poderá ser respondido de forma anônima e servir de base para fomento de políticas públicas voltadas a melhorar condições de trabalho e da saúde física e mental dos servidores. Parceiro da universidade no estudo, SIFUSPESP estimula categoria a participar da pesquisa para ser ouvida sobre suas principais opiniões a respeito da rotina de atuação naquela que é considerada uma das profissões mais perigosas do mundo

 

por Giovanni Giocondo

Com o objetivo de conhecer com maior profundidade a percepção dos policiais penais sobre as nuances que envolvem a realidade vivida em seu cotidiano de atividades profissionais, o Núcleo de Estudos da Violência(NEV), da Universidade de São Paulo(USP), elaborou uma pesquisa qualitativa, em parceria com o SIFUSPESP, que está aberta para participação até o dia 18 de novembro.

Esta é a primeira vez que o grupo de estudos realiza um levantamento dessa modalidade com servidores do sistema prisional. Anteriormente, já havia feito um diagnóstico semelhante com integrantes das polícias civil e militar de São Paulo. Assim como nas edições com as demais forças de segurança pública, esta pesquisa também pretende identificar a representatividade dos trabalhadores junto à sua corporação.

O questionário leva poucos minutos para ser respondido e não exige a identificação do policial, que poderá apresentar aos pesquisadores algumas das suas perspectivas a respeito do trabalho que exercem, suas dificuldades, desafios, e até mesmo os riscos a que estão submetidos, tanto no que se refere a ameaças e agressões físicas, quanto à queda da qualidade de sua saúde mental em virtude de suas atribuições.

Para o diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira, a participação dos servidores na pesquisa é fundamental para que suas opiniões possam ser colhidas, organizadas e funcionar como estímulo à criação de políticas públicas que possam angariar melhorias na qualidade de vida de todo o corpo funcional.

“Quem não se manifesta, não tem seus interesses atendidos. A categoria precisa ter a consciência de que quando coloca seu ponto de vista em evidência, consegue ter a atenção dos diversos governos, obtendo vitórias relevantes no contexto de tantas perdas para o serviço público enfrentadas nos últimos anos”, reflete Apolinário Vieira.

No olhar do sindicalista, ao pensar que mesmo com essas conquistas, a sua saúde física e mental vem se deteriorando, o trabalhador que atua no sistema prisional vai notar que precisa apresentar suas principais queixas com vistas a tirar do horizonte problemas ainda persistentes em sua rotina, como o déficit funcional, o desvio de função e a ausência de cuidado do Estado com a saúde mental de seus servidores.

Para a doutora em sociologia e pesquisadora do NEV, Giane Silvestre, o estudo busca compreender como a auto legitimidade dos policiais penais é construída no exercício diário de seu trabalho. “Entendemos que a autolegitimidade está relacionada com o grau de identificação do policial com sua organização. Uma forte identificação pode promover, entre os policiais, a internalização dos objetivos organizacionais e a percepção de que têm o apoio da instituição para realizar tais objetivos”, expressa.

Ainda no olhar da especialista, para avaliar a construção dessa auto legitimidade, o NEV busca entender como os policiais penais “percebem suas funções no trabalho, suas relações com os pares e superiores e também com a estrutura da instituição, se acreditam que possuem condições seguras para o exercício de suas funções e se se sentem respeitados por colegas e chefes”. De acordo com Giane Silvestre, também é importante compreender “questões ligadas à saúde mental e suporte da instituição para o acolhimento de problemas dessa natureza”.

Fundado em 1987, o Núcleo de Estudos da Violência(NEV) da USP norteia suas pesquisas com o intuito de envolver “a complexa relação entre a persistência da violência e a consolidação democrática brasileira”, além de se propor a “aprofundar o estudo a respeito da legitimidade das instituições chaves para a democracia e investigar como ela é construída no contato cotidiano dos cidadãos com os serviços públicos”.

Para ter acesso ao questionário, basta clicar neste link.

 



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