A reposição anunciada pelo governo João Dória neste dia 10 de fevereiro fica muito aquém das reais necessidades dos policiais penais do estado de São Paulo, os 20% de reajuste anunciados com pompa e circunstância ficam longe de cobrir as perdas salariais impostas a categoria :103,24% tomando-se como base as perdas acumuladas desde o reajuste de julho de 2014 até janeiro deste ano corrigidos pelo IGP-M.
Além disso, são injustas para com os demais servidores do sistema penitenciário paulista, oficiais administrativos, oficiais operacionais e várias outras carreiras que também fazem com que o sistema funcione ficaram de fora, recebendo apenas o reajuste de 10%.
Tal injustiça reforça a necessidade de aprovação e regulamentação da Polícia Penal para que estes trabalhadores saiam do limbo jurídico que se encontram e possam ser valorizados pelas funções que exercem, que afinal também são parte do sistema penitenciário.
Em tempos de inflação galopante e de queda no padrão de vida, longe de ser um reconhecimento do valor do funcionalismo tal reajuste soa mais como uma manobra eleitoreira.
Promessas não cumpridas
É comum dentro das unidades prisionais o ditado “Palavra não faz curva” , devemos lembrar que foi o candidato João Dória que prometeu o “segundo maior salário do Brasil” para os policiais de São Paulo, salário este que fica muitíssimo longe da realidade mesmo após o reajuste.
Só para termos um comparativo levando em conta os estados da região sudeste; no Rio de Janeiro o salário inicial é de R$5194,00 e em Minas Gerais de R$4631,24 segundo dados de janeiro deste ano.
Além disso, a Polícia Penal sequer foi mencionada, apesar das inúmeras declarações e promessas de parlamentares ligados ao governo de que só depende da vontade do governador a sua aprovação.
Para um Governo que prometeu valorizar a segurança pública não parece haver muito esforço.
Agora devemos aguardar o envio do projeto para a ALESP, para que tenhamos os dados concretos e onde deveremos lutar para que todas as carreiras vinculadas a SAP tenham isonomia no reajuste.
Este reajuste não encerra nossa campanha salarial, continuaremos cobrando nossos direitos de um salário justo, melhores condições de trabalho, fim do teto do ticket e pela regulamentação do bônus que o governo nos deve desde a greve de 2014.
Acompanhe abaixo o vídeo do presidente do SIFUSPESP Fábio Jabá sobre o anúncio do reajuste.