Servidores denunciam décadas de omissão por parte das gestões do PSDB, que pagam aos trabalhadores do setor o Pior Salário Do Brasil e levam a mais adoecimentos e óbitos entre policiais penais, civis, técnico-científicos e militares. Manifestação acontece a partir das 15h, no Pátio do Colégio, e contará com a presença de diretores do SIFUSPESP
por Giovanni Giocondo
Com o reajuste salarial como horizonte máximo de sua luta, as polícias de São Paulo se reúnem na próxima quarta-feira, 15 de dezembro, para o 4o ato em defesa de melhores condições de trabalho e valorização dos profissionais de segurança pública. Apoiada pelo SIFUSPESP, a manifestação reunirá policiais penais, civis, técnico-científicos e associações de policiais militares no Pátio do Colégio, região central da capital paulista, a partir das 15 h.
Nos três protestos anteriores, realizados também em São Paulo, os servidores estiveram nas ruas para demonstrar à população que têm enfrentado décadas de omissão e descaso por parte das seguidas gestões do PSDB no Estado, o que tem como consequência direta a perda de qualidade de vida desses trabalhadores e a piora nesses serviços essenciais prestados à sociedade. Eles contam com apoio total do mandato do deputado Major Mecca(PSL), parlamentar que tem sido o principal organizador dos protestos.
Como mote da campanha salarial, os sindicatos e associações dessas categorias têm utilizado a sigla do partido do governador João Doria para ilustrar que possuem o Pior Salário do Brasil(PSDB), o que pode ser demonstrado, por exemplo, entre os policiais penais, cuja defasagem dos vencimentos em relação à inflação já supera os 50% desde o último reajuste real, em 2014.
Os trabalhadores do setor cobram de Doria o cumprimento da promessa feita durante a campanha eleitoral de 2018, quando afirmou publicamente que as polícias de São Paulo teriam o melhor salário do Brasil, atrás apenas do Distrito Federal. O que tem se verificado, no entanto, é a completa desvalorização desses profissionais, sentida diretamente no bolso, com a perda do poder de compra, frente a aumentos pífios de 3,5% em 2018 e 5% em 2020.
Dados do Conselho Nacional de Justiça(CNJ) divulgados em 30 de novembro revelam que os vencimentos iniciais dos funcionários da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP), por exemplo, chegam a R$2.929,76, contra R$4.421,13 dos trabalhadores do sistema prisional de Roraima. O Estado do norte do país não está nem entre as 20 unidades da federação com maior orçamento, enquanto São Paulo é a primeira com larga vantagem.
As forças de segurança pública também denunciam o aumento expressivo do número de falecimentos entre os profissionais do setor. As causas desses óbitos, para além do constante enfrentamento da criminalidade, estão relacionadas à maior frequência adoecimento físico e psíquico dos servidores, iniciado a partir do estresse decorrente das atividades cotidianas e dos baixos salários recebidos pelos trabalhadores.
“Os nossos policiais estão morrendo” é a frase que têm ecoado ao longo das manifestações, o que para o presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, serve de alerta sobre o cenário lamentável da estrutura das carreiras desses servidores, sobretudo pela ausência de cuidado com as pessoas e com seu futuro. “Falta humanidade, salário digno, estrutura, plano de carreira. É uma situação insuportável, o que nos motiva a voltar às ruas”, explica.
No vídeo abaixo, o deputado estadual Major Mecca(PSL), convoca todos os policiais a participarem do protesto. Confira: