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Por Flaviana Serafim

Um surto de contágios de coronavírus afeta a Penitenciária de Paraguaçu Paulista, na região oeste do estado, com 212 detentos com a COVID-19, como confirmado pela Prefeitura do município. Entre os servidores penitenciários, oito estão contaminados, segundo levantamento do SIFUSPESP, realizado a partir da apuração de  denúncias enviadas ao sindicato. 

Em 4 de novembro, o SIFUSPESP recebeu duas notícias de COVID na unidade, a primeira informando que havia seis detentos infectados e, logo em seguida, a informação de que seriam 15, além de outros 180 em isolamento com suspeita de contágio. Na ocasião, eram seis o total de servidores infectados e afastados com o vírus. 

Em apenas uma semana, o número de detentos com COVID-19 saltou de 15 para os atuais 212 - um aumento de 1.313%, e para oito entre os servidores penitenciários da unidade. Os casos na penitenciária correspondem a 30% do total de 684 registrados no município. 

Vale destacar que, no mesmo período, no último 7 de novembro, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) liberou o retorno das visitas às unidades prisionais, apesar do grave quadro de pandemia no estado paulista, e devido ao surto as visitações permaneceram suspensas apenas em Paraguaçu Paulista. 

“O que está acontecendo em Paraguaçu Paulista pode se repetir em dezenas, em centenas de outras unidades porque a SAP e o governo Doria insistem em ignorar a necessidade de testagem em massa, de manter as visitas suspensas e de barrar toda e qualquer transferência. Vidas estão em risco, a pandemia não acabou, mas o ‘gestor’ quer manter a falácia de que está tudo controlado em São Paulo, e não é a verdade dos fatos”, critica Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do sindicato. 

Desde o início da pandemia, a direção do SIFUSPESP tem alertado para a importância de seguir a risca o protocolo da Organização Mundial de Saúde para os ambientes prisionais, onde a recomendação é de testagem em massa devido aos riscos de rápida proliferação, dada a insalubridade já em condições “normais” e, no caso do Brasil, com o agravante da superlotação - no caso de Paraguaçu Paulista, há 1.446 presos onde a capacidade é para 844, ou 71% a mais que o total de vagas. 

Apesar da afirmação da SAP de que as transferências de presos estão ocorrendo apenas em casos emergenciais, a realidade é outra de acordo com as denúncias da categoria, outro agravante à proliferação do vírus por todo o sistema prisional. 

Na próxima quarta-feira(18), os trabalhadores penitenciários paulistas estarão em frente à SAP para um ato público. A manifestação é organizada pelo Fórum Penitenciário Permanente - formado por SIFUSPESP, SINDASP e SINDCOP. Confirme sua participação no evento neste link e lute ao lado dos sindicatos em defesa dos direitos de toda a categoria!

 

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