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Desafios do cotidiano, a questão das transferências, assédio moral e sexual, as jornadas dentro e fora do sistema prisional estão entre os temas do evento gratuito na tarde da quinta (12), na Alesp, com patrocínio do SIFUSPESP e da FENASPPEN

 

Por Flaviana Serafim

O 1º Fórum das Mulheres Policiais Penais do Brasil no Estado de São Paulo ocorre nesta quinta-feira (12) das 14h às 18h, na Assembleia Legislativa, no Auditório Teotônio Vilela. O evento é gratuito, com patrocínio do SIFUSPESP e da FENASPPEN. Faça sua inscrição pela internet previamente para participar e receber certificado clicando aqui

Policial penal da Penitenciária Feminina de Pirajuí, Fabíola Castilho é organizadora do evento e explica que um dos objetivos do encontro é falar do cotidiano de trabalho das mulheres, “tão difícil e árduo quanto de uma unidade masculina”, além assédio moral e sexual, e os desafios de ser mulher, esposa, mãe,  dona de casa e ainda policial. 

“Muitas estão muito longe de suas famílias, têm filhos especiais, e isso acaba influenciando e muito seu desempenho no ambiente de trabalho, e também em sua vida pessoal. Ao contrário que ‘muitos’ pensam, temos uma vida lá fora e interagimos com ela. Nossa vida não é só cadeia”, afirma Fabíola, que é blogueira do Guerreiras no Sistema Prisional - Policial Penal 

As dificuldades quanto às transferências e ao déficit de trabalhadores também estão em pauta no fórum:

“Em nosso trabalho policial, necessitamos de descanso e não de convocações e jornadas extraordinárias. Precisamos estar bem, corpo e mente descansados nos dias de nossos plantões. Do contrário ninguém aguenta, é um ambiente totalmente perigoso e insalubre. Você tem que estar descansado, pois do contrário, numa falha por falta de atenção e agilidade, o estopim acontece", alerta a policial penal, que acrescenta: 

"Não tem como estarmos todo dia numa cadeia. Mas é isso que o governo quer fazer como uma forma de não nos dar um aumento salarial digno, não ter chamadas de convocações de mais policiais penais. Sim, pois no nosso estado o déficit funcional chega a mais de 4 mil policiais penais e temos o penúltimo pior salário do país. Pasmem! Tudo isso no estado mais ´poderoso’ da nossa nação”, pontua a policial penal. 

Voz às policiais penais

Depois das muitas idas à Brasília nas lutas pela aprovação da Polícia Penal, Fabíola foi percebendo a invisibilidade e pouco espaço à voz das mulheres do sistema prisional observando as frentes parlamentares. 

“Não tínhamos oportunidades. Vez ou outra se via uma mulher policial penal se pronunciar na tribuna com os demais guerreiros. Somos poucas, porém existimos", critica. Deste cenário surgiu a ideia do fórum e de um evento somente com mulheres na "bancada". 

“Temos mulheres empoderadas em nosso meio que conhecem, têm muita experiência e ensinamentos para nos passar. Temos mulheres em alguns estados em cargos de grandes responsabilidades, não apenas como diretoras de unidades prisionais. Isso é ‘normal’, embora ainda poucas. Mas falo de Coordenadorias de Superintendência”, completa.  

Programação

Entre as palestrantes convidadas está a policial penal Edleidy Pereira dos Santos Rodrigues, coordenadora administrativa da Superintendência de Segurança Penitenciária do Estado de Goiás, abordando o tema "A mulher policial penal: sua força e importância para o sistema penitenciário". 

A psicóloga Vânia Regina Pereira de Souza vai abordar "O impacto das atividades profissionais de mulheres policiais penais na saúde física e mental". Confira a programação detalhada no convite acima. 

 

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