Corte de orçamento e falta de repasse somam cerca de R$ 470 milhões desde o início do governo Doria, aumentando ainda mais a fila de atendimento
Por Flaviana Serafim
Desde o início do ano, o governo João Doria (PSDB) deixou de repassar cerca de R$ 400 milhões aprovados pela Assembleia Legislativa e ainda fez outro corte no orçamento, de mais R$ 70 milhões, no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe). Sem verba, a fila por atendimento aumentou e a rede credenciada diminuiu, deixando a situação do Iamspe “caótica”, denuncia Luiz da Silva Filho, o Danone, diretor do Departamento de Saúde do SIFUSPESP.
“São cirurgias que estão sendo desmarcadas, convênios cortados, e isso está prejudicando muito a saúde do servidor no nível estadual. Sem falar nos suicídios por falta de atendimento, principalmente no caso dos servidores do sistema prisional, dos professores”, afirma Danone.
Segundo o sindicalista, o governo Doria não tem feito nem o repasse dos 2% de contribuição pagos mensalmente pelos servidores com desconto em folha para manter os serviços do Iamspe. O resultado é mais demora e aumento na fila de atendimentos, desde as consultas, exames laboratoriais e de imagem até internações e cirurgias que são desmarcadas, numa tentativa de gerar caos para justificar terceirizações e privatização do plano de saúde dos servidores, critica o dirigente.
Danone participou do protesto realizado pelos servidores penitenciários nesta quinta-feira (25), em frente ao Palácio dos Bandeirantes, em manifestação para reivindicar que o governo estadual saia do impasse e negocie a campanha salarial da categoria. Uma das reivindicações é aumento da rede de médicos e clínicas que atendem ao Iamspe.
Enquanto os servidores penitenciários protestavam na sede do governo, as demais categorias do serviço público participaram do “Abraço ao Iamspe”, promovido na manhã deste 25 de julho, em frente ao Centro de Integralidade do instituto, na Av. Ibirapuera, zona sul da capital paulista.
Para enfrentar a questão, o dirigente defende a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 52/2018, que propõe transformar o Iamspe numa autarquia. Danone também defende a criação de um Conselho Deliberativo Paritário para garantir a participação de servidores como conselheiros e assim poder fiscalizar a aplicação de verbas.
Outra proposta do SIFUSPESP é descentralizar o Iamspe com a distribuição dos serviços por hospitais do interior paulista - Araraquara, Assis, Marília e Presidente Prudente. A medida é defendida pela Comissão Consultiva Mista (CCM) do IAMSPE como forma de desafogar o atendimento na capital paulista e diminuir a necessidade de deslocamentos dos servidores para fazer consultas, exames e cirurgias.
Confira a íntegra da entrevista: