Representante do sindicato esteve hoje na unidade para colher informações sobre a ocorrência e prestar auxílio ao servidor, que se recupera bem dos ferimentos
O representante do SIFUSPESP, Gilberto Antonio da Silva, esteve na Penitenciária de Junqueirópolis nesta terça-feira, 09/04, para prestar auxílio ao agente de segurança penitenciária(ASP) agredido por um detento na noite de segunda-feira. O preso usou um objeto perfurante para atingir o funcionário durante o procedimento de contagem dos sentenciados, quando as celas são fechadas através de uma tranca mecanizada.
O ASP foi atendido na Santa Casa da cidade e teve os ferimentos tratados, sendo liberado em seguida. Ele se recupera bem do trauma físico, mas está psicologicamente abalado, e passaria ainda hoje pela perícia para identificação das lesões corporais.
O Grupo de Intervenção Rápida(GIR) foi acionado e entrou na unidade na manhã desta terça para fazer uma blitze com o objetivo de verificar a existência de objetos ilícitos em poder dos detentos, a exemplo do material usado no atentado contra o funcionário.
O preso responsável será denunciado por lesão corporal dolosa e tentativa de homicídio. Ele foi isolado e transferido para a Penitenciária I de Presidente Venceslau.
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Os diretores-geral e de disciplina da Penitenciária dialogaram com o representante do SIFUSPESP e relataram que todos os procedimentos-padrão para o registro do caso foram feitos, incluindo o boletim de ocorrência e a notificação de acidente de trabalho.
Gilberto Antonio da Silva afirma que Junqueirópolis possui ferramentas de fiscalização muito pesadas sobre o cotidiano dos presos - incluindo bloqueadores de celulares, scanners corporais, equipamento de raio-x e a própria tranca mecanizada - o que faz com que muitos criminosos considerados de alta periculosidade sejam transferidos para a unidade.
Conforme informações fornecidas por outros funcionários da unidade, esse fenômeno tem causado um aumento expressivo no número de ameaças dos presos contra os ASPs e consequentemente, na quantidade de agressões que se materializam. Somente no último mês, este foi o terceiro caso de agente ferido por detento nas dependências da Penitenciária.
De acordo com dados oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) a unidade está superlotada - com população de 2.172 presos ante uma capacidade de apenas 873 - e sofre ainda com o profundo déficit de funcionários, o que afeta diretamente a segurança de todos os servidores.