Trabalhadores penitenciários sairão de Assembleia Geral do sindicato, remarcada para às 15h do dia 23/01, na rua Dr. Zuquim, 244, Santana, São Paulo, em passeata até a sede da SAP para dar visibilidade à sociedade das intenções do governo em deslocar o dinheiro público de manutenção e melhora o sistema prisional público para empresas privadas
A série de declarações do governador João Dória(PSDB) sobre a intenção de privatizar todo o sistema prisional e a dificuldade de diálogo real e construtivo por parte da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP), levou o SIFUSPESP a convocar sua categoria, para a próxima quarta-feira, 23/01, a uma manifestação contra o projeto de deslocamento de parte do orçamento público para a empresas, sob um argumento genérico de que empresas são mais eficientes.
O ato público deve acontecer após o encerramento da Assembleia Geral da categoria, convocada para ocorrer na sede do SIFUSPESP em São Paulo, a partir das 15h. Anteriormente, o debate entre os servidores estava marcado para às 19h, mas devido ao aumento de consciência de grande parte de nossa categoria e a avaliação de que é necessário iniciar atos sucessivos que venham a estimular o diálogo objetivo, democrático e respeitoso diante de posturas recentes por parte da administração pública. Por isso representantes do SIFUSPESP e muitos militantes de nossa categoria deram aval para alterar o horário e assim permitir que mais trabalhadores pudessem aderir a uma manifestação pública.
No video abaixo Fábio Jabá Presidente do Sifuspesp convoca a categoria:
Na opinião do presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, os anúncios feitos por Dória são contrários aos objetivos e limitações legais e parecem pouco claros quanto a questões de detalhes e formas para fazer valer direitos de servidores penitenciários e podendo pôr em risco segurança da sociedade e do sistema. “Não há conversa com aqueles que enfrentam diariamente o crime organizado e a falta de estrutura das unidades, convivendo com a superlotação e o déficit de funcionários que tanto afetam a segurança de todos os paulistas, isso parece ser um problema muito grave no atual momento em que vive o país, quando a população brasileira tem apoiado ações de inteligência e segurança pública penitenciária, com melhores resultados, sem privatizações e de forma mais tranquila e discreta possível.”
Ainda de acordo com Jabá, o sistema prisional público funciona e se sustenta graças à coragem e à dedicação dos trabalhadores, que apesar das décadas de falta de ajuste salarial e pouco investimento por parte do governo de São Paulo para o setor público.
“Não aceitamos que o governo que deve ser transparente e respeitoso nos atropele dessa forma, sem consulta verdadeira aos argumentos de sua categoria e de seu sindicato, somente apresentando frases fortes mas sem observar a realidade existente no cotidiano e conhecimentos milhares de servidores e de cidadãos que desejam o enfrentamento de problemas de forma séria e observação da lei e do investimento público, somente seguindo os indicativos e os interesses dos empresários que veem no sistema prisional uma forma de ganhar mais dinheiro em detrimento do bem estar dos servidores públicos que estão na linha de frente e colocam suas vidas em risco para garantir a tranquilidade da população”, atesta o presidente.
Em artigos anteriores e em próximas publicações além de informações que apresentaremos em nossa assembleia, vamos apresentar dados acerca dos riscos de gastos excessivos ao investimento público. Riscos à segurança de todos, que é o desmonte da estrutura do que sistema público para investimentos de empresas que têm interesse em lucrar e garantias de lucro, sob a proteção de possíveis mecanismos contratuais que protegem o lucro e não empregos, funcionários públicos e vidas. Os casos de ajustes e proteções das empresas de ônibus em diversas cidades que levam a aumentos sucessivos, fora da realidade econômica das pessoas é um exemplo concreto como estes mecanismos de compensação funcionam.
Além dos trabalhadores penitenciários efetivos, o SIFUSPESP também convoca os candidatos aprovados nos concursos públicos para ASP feminino 2013, ASP masculino 2014, AEVP 2014 e o concursandos de ASP masculino e feminino de 2017, bem como concurso homologado de área meio e administrativo 2017, para integrar a manifestação e fazer valer seus direitos de serem nomeados.
“O objetivo do governo por hora está claro e também se expressa através das medidas que visam não convocar os servidores já aprovados no concurso. A categoria, quando está unida e organizada, pode por meio da força de seu sindicato preparado com planejamento, informações documentais e estratégia para superar adversidades. Temos provado a cada dia isso, e a categoria penitenciária tem apoiado seu sindicato, o SIFUSPESP. Nosso cotidiano é de sangue frio, inteligência e coragem. Quando unidos fazemos história, e a história é feita com luta, não com negócios. Quem negocia pessoas é o crime organizado”, finaliza Jabá.
O sindicato somos todos nós, unidos e organizados. Compareça à nossa Assembleia Geral!