Documentário de Aly Muritiba exibido em Cine-Debate no IFSP possibilitou mudança na visão de quem é o profissional do sistema prisional
A exibição do documentário “A Gente” fez sucesso entre a comunidade que compareceu ao Cine Debate realizado no auditório do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Campus Caraguatatuba, na última terça-feira, 10/10. O filme, do cineasta Aly Muritiba, aborda o trabalho, a vida e o dia a dia de agentes penitenciários, com as dificuldades e dilemas que envolvem a vida do profissional.
Entre os debatedores presentes estiveram Felipe Tobias, presidente da subseção da OAB de Caraguatatuba, Alexandro da Silva, presidente da Comissão de Direito Penal da mesma subseção; estudantes e professores do IFSP, além dos Agentes de Segurança Penitenciária (ASPs) do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba. O debate foi intermediado pelo professor Dr. Ricardo Roberto Plaza Teixeira, responsável pelo Cine Debate que acontece semanalmente na instituição.
Segundo Rogério Grossi, diretor de base do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo(SIFUSPESP) e co-organizador do evento, a apresentação do filme teve um público acima do esperado e foi a oportunidade de demonstrar, por meio de um recorte muito bem produzido por Aly Muritiba, a realidade da vida dentro de uma penitenciária.
“Os agentes penitenciários presentes enriqueceram o diálogo, elucidando questões e construindo a figura de quem realmente são, mostrando sua importância na sociedade”, contou Grossi
Segundo o sindicalista, questões como a alta taxa de suicídios, a baixa expectativa de vida, a superlotação das unidades, a falta de efetivo, a baixa remuneração e a gestão do Sistema Penal foram abordadas durante o debate, em “um trabalho de sensibilização e proliferação de informações verídicas e humanizadas desta categoria”.
“Foi uma oportunidade de derrubar o estigma de uma profissão de servidores vista como corrupta ou torturadora para trazer o olhar de um profissional como qualquer outro, vivendo diferenciadas questões em seu ambiente de trabalho, que entretanto, neste caso, trata-se de uma sociedade à parte, que é a vida de trabalho dentro de uma Penitenciária”,ele concluiu.