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Atenção

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No mês de maio, comemoramos o dia do Agente de Segurança Penitenciária.

Para alguns, só mais um dia, para aqueles que se orgulham da profissão que exerce, o seu dia. Infelizmente nesta data comemorativa, não temos o que comemorar. Afinal, há muito tempo estamos abandonados a própria sorte por um estado que nos cobra deveres, mas não nos dá direitos. Temos os mesmos deveres dos policiais, mas não os mesmos direitos.

Nossa classe é usada pela conveniência do estado. Ter mesmos deveres dos policiais é conveniente ao estado, que nos cala, principalmente tirando o nosso direito a greve, única maneira de conseguimos conquistar alguns direitos, afinal o estado muitas vezes só se movimenta quando é atacado diretamente na ferida e os serviços são cessados. Não ter os mesmos direitos dos policiais também é.

Todos os dias estamos sujeitos aos efeitos da superpopulação carcerária. Somos ameaçados, agredidos e assassinados, e o estado simplesmente ignora. Todos os dias estamos sujeitos a doenças psicológicas que destroem a nossa família e principalmente a nossa vida, e o estado sequer nos dá o atendimento necessário para nós e para a nossa família.

Na maioria das vezes, mesmo sabendo da gravidade de nossas doenças adquiridas no trabalho, cassam as nossas licenças médicas, cortando pela metade as licenças e muitas vezes até as cancelando. Resultado: Doenças agravadas, famílias destituídas, e, o pior, suicídio.

Como comemorar três anos sem sequer a reposição inflacionária em um salário já baixo e deficiente? Como comemorar o ambiente totalmente insalubre e danoso a que estamos sujeitos diuturnamente? Como comemorar os assassinatos e os suicídios dos nossos irmãos? Como comemorar a ausência do Estado nas nossas vidas que nos obriga a trabalhar em condições desumanas negando-se a nos prestar os mais básicos serviços?

Nossas prisões são depósitos de gente que vive amontoadas e doentes. Trabalhamos por, dois, três funcionários ou mais, muitas vezes cansados, desanimados, doentes. E mesmo assim, nada é feito.

Todas as nossas mazelas são varridas para baixo do tapete por um Estado que se omite, que se cala, que nos ignora. Um estado que acompanha a nossa agonia de perto e fecha os olhos para a nossa realidade. Como comemorar? O que comemorar? Mas podemos fazer algo.

Por isso, neste mês, convido vocês a refletirem todas as dificuldades que estamos passando. O déficit funcional. A superpopulação carcerária. As doenças adquiridas ao longo dos anos. As nossas perdas. As nossas perdas pelas doenças adquiridas nos nossos anos de trabalho e principalmente as nossas perdas para o crime organizado.

É chegada a hora, caros amigos, é chegada a hora de nos levantarmos contras estas mazelas e transformar este mês, em um marco para a nossa categoria. Chega de aceitar tudo sem nada a receber! Chega de ser subserviente a um Estado omisso! Vamos nos unir e mostrar para o país quem realmente somos. Vamos mostrar nossa força, afinal, somos muito fortes.

Lutamos todos os dias contra o crime organizado com coragem e dedicação. Não somos qualquer um! Somos fortes! Somos heróis! Vamos dar um basta nisto! Vamos dar um basta! Que no mês do agente penitenciário mostremos ao Brasil e ao mundo quem realmente somos. Os heróis que somos. E que no ano que vem, ao invés de fazermos uma reflexão, faremos uma comemoração não só pelos direitos, mas principalmente, pelo reconhecimento conquistado.

Marc Souza (Marcelo Otávio de Souza) - Presidente Adjunto do Conselho Fiscal do SIFUSPESP

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