Funcionários da Penitenciária de Flórida Paulista convidaram o SIFUSPESP para representá-los em uma reunião com a diretoria da unidade (diretor geral, vice-diretor) e o presidente da CIPA, com o intuito de discutir uma série de reivindicações. A reunião aconteceu na tarde de segunda-feira, 22. Representando o sindicato estavam o diretor de Formação Fábio Jabá; o coordenador da regional de Presidente Venceslau, Gilberto Antonio; e a diretora adjunta do Departamento de Mulheres, Carol Cardoso.
A pauta foi elaborada e aprovada pelos próprios servidores, que convidaram o sindicato para negociá-la junto à diretoria. São cinco tópicos, e na reunião o diretor José Nascimento se comprometeu com o sindicato a agir no sentido de resolver todos os problemas apontados. Alguns dos problemas dependem da Croeste e da SAP, não podendo ser resolvidos pela direção da unidade. Quanto à denúncia de assédio moral naquela unidade, o diretor negou que ocorra e explicou que houve apenas “um caso pontual de mal-entendido”.
De qualquer forma, o SIFUSPESP irá agendar reuniões com o diretor da CROESTE e com o secretário Lourival Gomes para discutir novamente todos os itens da pauta. “E nos casos de suspeita de assédio moral, orientamos aos servidores de todo o sistema para que denunciem ao sindicato, pois esta é uma conduta inadmissível, que o sindicato precisa combater pontualmente. Ou seja, precisamos que a pessoa que sofrer o assédio nos procure e nos relate exatamente o que aconteceu, para que possamos configurar de acordo com a lei”, esclarece o diretor do SIFUSPESP Gilberto Machado.
Saiba o que os funcionários denunciaram e as respostas dadas pelo diretor da unidade:
1- Falta de funcionários: essa questão será levada à SAP e à Croeste tanto pelo SIFUSPESP quanto pela direção da unidade, no sentido de cobrar a transferência de mais pessoal para trabalhar na penitenciária.
2- Reivindicações da CIPA não atendidas: o diretor afirmou que não há verba disponível para atender às reivindicações da CIPA e falta pessoal para realizar a manutenção (hoje só tem três funcionários nessa área). Por isso, José Nascimento pediu mais tempo para poder organizar tudo conforme solicitado pela CIPA.
3- Risco elevado do funcionário sozinho dentro da cela: o problema é consequência do primeiro tópico, ou seja, a falta de funcionários.
4- Elevado fluxo de caminhões impossibilita vistoria correta: ficou acertado que será feita a abertura da boqueta do almoxarifado, evitando a passagem desnecessária de caminhões.
5- FIM do assédio moral e “política do medo”: o diretor afirmou que não existe assédio. Ele citou um caso pontual, que, de acordo com o mesmo, "foi um mal entendido".
Outras necessidades foram igualmente discutidas durante a reunião. A diretoria se mostrou disposta a melhorar o diálogo com os servidores e informou que irá providenciar adequação de espaço de refeição dos servidores, adequação do bate-chão e blitz.
Confira a pauta na íntegra:
1- Falta de funcionários.
a- Está comprometendo principalmente a segurança dos funcionários e das instalações penitenciárias.
b- No turno da noite, apenas um funcionário tem que conferir todos os sentenciados de vários raios e assumir a responsabilidade de vários raios, além de assumirem o plantão com um número reduzido de funcionários, ficando alguns postos abandonados pela falta de funcionário para assumir o setor.
c- Nos finais de semana, durante o período de entrada dos visitantes, fica apenas um funcionário por gaiola, tendo que abrir os portões sozinho e tomar conta de dois raios superlotados.
2- Descaso com as reivindicações da CIPA que não estão sendo atendidas pela direção.
Entre elas:
a- Falta de saída de emergências nas gaiolas 1, 2 e 3 (pedido constado em ata da CIPA desde 2009 e até o presente momento relatado mensalmente como pendente).
b- Falta um banheiro da radial, poderia ser construído no barracão de trabalho com a porta para a radial (foram inutilizados vários banheiros na carceragem pela diretoria).
3- Risco elevado com a entrada do funcionário sozinho dentro da cela.
a- O mesmo está saindo do campo de visão do funcionário que fica na gaiola.
b- Já existe o “bate chão e bate grade” diariamente em dois raios, realizado por dois funcionários, um fica na entrada da cela e o outro entra na cela para realizar a vistoria, procedimentos esses sendo de fato de acordo com o POP - Procedimento Operacional Padrão.
4- Elevado fluxo de caminhões passando pela portaria com destino ao almoxarifado.
a- Possibilidade de fazer uma entrada para recebimento das mercadorias pelo lado externo do almoxarifado, com monitoramento por sistema de câmeras, vigilância por funcionários da área de segurança e passagem das mercadorias de imediato pelo Raio-X.
b- Os caminhões que passam pela portaria não têm condições de serem vistoriados com segurança.
5- FIM do assédio moral e “política do medo” implantado pela diretoria:
a- Os funcionários não podem questionar ou discordar de nada, se o funcionário for diarista acaba sendo transferido para o plantão, se for plantonista da noite acaba sendo transferido para o turno diurno e se o funcionário é do turno diurno acaba sendo transferido para o outro turno. A diretoria sempre alega que é por extrema necessidade do serviço, mas a intenção é prejudicar o funcionário.