A Penitenciária I José Parada Neto, em Guarulhos, que sofreu um motim na última sexta-feira, 23/09, precisa de uma série de reformas necessárias à melhoria da segurança da unidade.
Na ocasião, dois detentos armados com facas caseiras renderam dois ASPs ao saírem do setor de seguro, mas não conseguiram chegar a outros setores graças à ação de outros funcionários e ao Grupo de Intervenção Rápida(GIR), atuando em conjunto no resgate dos reféns. Os sentenciados foram transferidos para outra unidade.
Os ASPs mantidos reféns não sofreram ferimentos, mas precisam de acompanhamento psicológico para evitar danos à sua saúde. A diretoria da unidade adotou providências para garantir os direitos dos servidores e o SIFUSPESP se colocou à disposição para orientá-los.
O diretor de formação do SIFUSPESP, Fábio Jabá, afirma que o motim pode ter como uma das causas a falta de segurança da penitenciária, que precisa de reformas urgentes. Jabá esteve na penitenciária na sexta-feira e também nesta segunda-feira, quando visitou todos os setores da unidade, inclusive o anexo do regime semi-aberto.
“O diagnóstico é que a penitenciária precisa de obras que priorizem a segurança, já que a unidade foi muito modificada e tem de passar por adaptações para evitar novos casos como o registrado na semana passada”, esclareceu. Nesse sentido, o SIFUSPESP vai encaminhar ofícios à Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) para solicitar as reformas.
Outra demanda verificada na penitenciária I de Guarulhos é o déficit de funcionários. De acordo com informações da própria SAP, a unidade precisa de pelo menos mais 46 funcionários, já que sofre com a superlotação. A população carcerária da unidade conta atualmente com 2.822 detentos - 2.116 em regime fechado e 706 no semi-aberto - para uma capacidade de apenas 1.092 vagas, sendo 838 no regime fechado e 254 no semi-aberto.
O SIFUSPESP vai enviar ofício ao secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, para que antes dos próximos concursos o Departamento de Recursos Humanos(DRHU) entre em contato com o Coremetro e verifique a demanda de novos ASPs na região metropolitana da capital.
O sindicato também vai enviar ofício à Coremetro para que o órgão agilize a LPTR regional de São Paulo e possibilite a chegada de ASPs para a penitenciária José Parada Neto.