A união faz a força. Prova disso aconteceu na Penitenciária de Valparaíso. Hoje o GATE está na unidade fazendo uma varredura à procura de novos explosivos, mas esse procedimento de segurança só aconteceu por que os funcionários se juntaram e cruzaram os braços ontem. A paralisação foi organizada em uma reunião entre os servidores e o SIFUSPESP, representado pelos diretores Fábio Jabá e Riomar Evangelista.
“O governo mostrou mais uma vez que não se importa com o servidor, com a segurança de seus funcionários. Um ASP ficou gravemente ferido após a explosão de um artefato implantado pelos presos numa trave de gol. Outra porção de pólvora já tinha sido encontrada em outra trave. Tivemos a notícia de que pelo menos 10 metros de fiação sumiram da unidade. Mesmo assim, o governo só mandou o GATE vistoriar o local depois que os trabalhadores se mobilizaram. Esse governo já passou de todos os limites!”, indigna-se o Diretor de Formação do SIFUSPESP Fábio Jabá.
Paulo de Tarso, o servidor que foi vítima da explosão, continua hospitalizado na Santa Casa de Araçatuba. Passou por duas cirurgias para tratar do ferimento que teve no abdome. Seu estado de saúde está estável, mas ainda inspira cuidados por conta do risco de infecção. Paulo de Tarso também sofreu queimaduras pelo corpo.
Ontem os diretores do SIFUSPESP Fábio Jabá e Riomar Evangelista levaram a esposa do servidor para o hospital. Na ocasião conversaram com Paulo de Tarso, que agradeceu pelo apoio do sindicato e dos colegas, que paralisaram as atividades ontem reivindicando por segurança e também estão fazendo orações pelo restabelecimento do paciente.
“Os servidores de Valparaíso estão de parabéns pela atitude adotada. Serve de modelo para o pessoal de todo o estado. Não podemos continuar pondo nossas vidas em risco por irresponsabilidade do Estado”, disse Jabá.
SINDICATO
A Diretoria Executiva do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo está reunida desde as 10h de hoje. A convoccação extraordinária tem objetivo de discutir as medidas que devem ser adotadas pelo sindicato em virtude dos últimos atos violentos cometidos contra agentes penitenciários. De agosto até agora, três agentes foram assassinados, dois escaparam de emboscadas, e um foi gravemente ferido numa explosão com característica de atentado.