O SIFUSPESP chama todos os servidores do sistema penitenciário a se manifestarem contra a aprovação, pelo Congresso, do Projeto de Lei Complementar 257/2016. Também participa da mobilização a Federação Sindical Nacional dos Servidores Penitenciários(FENASPEN), à qual o SIFUSPESP é filiado.
O PLP, que deve começar a ser votado pela Câmara dos Deputados nesta segunda-feira, 01/08, altera a lei de Responsabilidade Fiscal, condicionando reajustes salariais, programas de progressão de carreira e contratação de novos servidores públicos ao respeito a um novo limite de despesas com pessoal por parte dos Estados, Municípios e União.
De acordo com o presidente da FENASPEN, Fernando Anunciação, que está hoje em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM) se comprometeu a apresentar aos servidores públicos um texto substitutivo do projeto, redigido em conjunto com o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
A FENASPEN, no entanto, ainda não teve acesso à íntegra desse substitutivo e portanto não pode mensurar os impactos da medida sobre os servidores do sistema penitenciário.
Em abril, o SIFUSPESP participou de um seminário para discutir o projeto, seguido de um ato do Movimento Nacional Unificado dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo.
Para o diretor de formação do SIFUSPESP, Fábio Jabá, os sindicatos e os servidores públicos precisam mobilizar suas bases contra o PLP 257/2016, seja por meio de manifestações em Brasília, onde o projeto é apreciado, seja por pressão contra os deputados federais em suas bases nos Estados.
Confira neste link os telefones e e-mails dos gabinetes dos deputados federais por São Paulo: http://www.camara.leg.br/internet/deputado/Dep_Lista.asp?Legislatura=55&Partido=QQ&SX=QQ&Todos=None&UF=SP&condic=T&forma=lista&nome=&ordem=nome&origem=None
Consequências da aprovação do projeto
O PLP 257/2016 incentiva a demissão voluntária e pode colocar fim a benefícios como os quinquênios e as licenças-prêmio, entre outros direitos conquistados pelos trabalhadores. A justificativa do projeto, apoiado pelo governo do presidente interino Michel Temer, é “estabilizar o nível de renda e do emprego no atual cenário de retração da atividade para promover uma reestruturação fiscal duradoura e sustentável do país”.
Na visão do SIFUSPESP, o projeto atenta contra os direitos mais básicos do servidor público por prever a imposição de uma série de exigências fiscais para que os Estados e municípios tenham acesso a receitas ordinárias para o equilíbrio das contas públicas, dentro das tentativas de renegociação de suas dívidas com a União e, consequentemente, prejudiquem a garantia dos benefícios já concedidos aos trabalhadores.
No caso dos servidores do sistema penitenciário, alguns dos principais problemas que envolvem o PLP 257/2016 estão relacionados à redução do índice de comprometimento da receita que o Estado de São Paulo pode ter com as despesas com pessoal.
Caso ultrapasse o novo limite previsto no projeto, ASPs, AEVPs e outros servidores ligados à Secretaria de Administração Penitenciária podem ficar sem reajuste salarial, sem licença-prêmio e diversos outros benefícios já garantidos por lei.
Outra consequência grave de uma possível aprovação do PLP 257/2016 seria o aumento do índice de contribuição previdenciária dos servidores públicos de 11% para 14%.