“Estamos vindo aqui para denunciar uma matança que está ocorrendo conta agentes penitenciários”. Assim o Presidente do SIFUSPESP, João Rinaldo Machado, iniciou seu discurso ontem no Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. A intenção é sensibilizar os deputados para que aprovem a instalação da CPI do sistema prisional, como foi solicitado há dois meses pelo sindicato.

“Estamos cobrando da Secretaria de Segurança Pública por que nós tivemos no ano passado vários assassinatos neste ano, no ano passado, em 2012, em 2011, em 2010 e quase nenhum deles chegou ao final (da investigação)”, disse João Rinaldo. Ele ainda denunciou que os crimes são atribuídos a uma organização criminosa, mas lembrou que é preciso descobrir e punir quem executou as mortes e os mandantes. “Os mandantes, estando ou não dentro de penitenciárias, tem que ser levados à Justiça”, cobrou.

Prevenir novos assassinatos e punir os que já ocorreram (e as tentativas, nas quais agentes conseguiram escapar da morte) é uma prioridade. No entanto, há outras questões também graves ocorrendo no sistema há anos, sem que nada seja feito para resolver. Uma delas é a agressão contra funcionários dentro das unidades prisionais.

A CPI é uma porta que se abre para que os servidores do sistema prisional possam denunciar publicamente os problemas que ocorrem nas unidades e é uma chance de encontrar solução, por meio da pressão parlamentar e da sociedade. A pedido do SIFUSPESP, há dois meses foi feito o requerimento da instalação da CPI – assinado pelos deputados Carlos Giannazi, Lecy Brandão, João Paulo Rillo e Major Olímpio.

“Nós percorremos todos os gabinetes das lideranças pedindo apoio, para que os deputados assinem o pedido de CPI. Faltam poucas assinaturas”, esclareceu o Presidente do SIFUSPESP, que encerrou sua fala pedindo a colaboração dos parlamentares em favor dos trabalhadores do sistema prisional paulista.