Todos já sabiam, e os servidores do sistema prisional confirmaram: a greve continua. Esse foi o resultado das 11 assembleias promovidas pela Comissão Unificada de Greve. A primeira aconteceu durante a manifestação do dia 18, próximo ao Palácio dos Bandeirantes. As outras 10 foram realizadas hoje nos seguintes locais: CDP de Sorocaba, P III de Franco da Rocha, CDP de São José do Rio Preto, CDP de Bauru, CDP de Itapecerica da Serra, Complexo de Pinheiros, CDP de Ribeirão Preto, Penitenciária de Cerqueira Cesar, Complexo Penitenciário Campinas/ Hortolândia, e na sede do Sindasp em Presidente Prudente.
As votações foram unânimes.
A greve teve seu dia mais tenso hoje. Pelo que se tem notícia, todos os Centros de Detenção Provisória do estado foram abordados por policiais militares que tentaram ingressar com novos presos. Em muitos CDPs, os servidores em greve resistiram e os policiais não conseguiram seu intento. A imprensa fez inúmeros registros.
Houve episódios de truculência policial. NO CDP de Hortolândia os policiais chegaram a cortar o alambrado lateral da unidade para entrar, e depois ainda tiveram que tirar à força os grevistas, que sentaram na frente do portão para impedir a passagem dos veículos. À tarde chegaram outros veículos com presos, mas desta vez os grevistas mudaram a tática e conseguiram bloquear a passagem sem conflito direto com os policiais.
Em Sorocaba, Capela do Alto e São José do Rio Preto houve muita discussão entre grevistas e policiais pela manhã. Mas, ao final, os policiais desistiram de entrar. Em Belém II os policiais chegaram a espirrar spray de pimenta nos grevistas, mas os servidores resistiram. No CDP de Campinas e no CDP de Jundiaí, quando os policiais chegaram todos os servidores saíram da unidade; como não tinha ninguém para receber os novos presos, os bondes retornaram.
Em Caiuá a Tropa de Choque encontrou um bloqueio formado por 300 servidores. Chegou a cortar cadeados e correntes, mas pararam diante da ameaça que os grevistas fizeram de abandonar os postos e deixar a unidade sob responsabilidade única dos policiais.