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Matéria de grande repercussão na imprensa nacional, as escutas telefônicas gravadas com autorização judicial em unidades prisionais paulistas revelaram mais do que criminosos cometendo crimes: mostrou que o governador Geraldo Alckmin quis lucrar com o fato posando de corajoso governante que não se intimida com a ameaça de morte feita por bandidos de uma facção. Esse marketing era óbvio para os servidores do sistema, acostumados tanto com os boatos lançados por bandidos quanto com as mentiras eleitoreiras do governador. A novidade é que a estratégia de marketing de Alckmin foi desmascarada pelo ex-secretário da SAP e da SSP, Antonio Ferreira Pinto.

Em reportagem publicada na Folha de São Paulo de ontem (31), Ferreira Pinto diz abertamente que “Ele (Alckmin) está aproveitando para colher dividendos políticos". Diz o jornal: “Segundo o ex-secretário, as escutas nas quais um integrante do PCC fala em "decretar" a morte do governador são conhecidas da cúpula da Segurança Pública desde 2011 e não têm nenhuma credibilidade: "A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. Essas gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas."

A estratégia de marketing do governador convenceu os paulistas. Segundo pesquisa do PSDB feita após a revelação das escutas telefônicas e depois da declaração corajosa do governador (“Nós não vamos nos intimidar, é nosso dever zelar pelo interesse público, lutar contra a criminalidade"), a avaliação do governo melhorou. A informação é do Jornal Folha de São Paulo. Geraldo Alckmin não desmentiu o ex-secretário Antonio Ferreira Pinto.

“Esse governo é inconsistente, tanto que precisa viver de marketing vazio para se promover e parecer que faz algo de bom. Os funcionários públicos, servidores do estado, conhecem muito bem o viés autoritário, antidemocrático, desse governador. A política de pessoal dele é a mesma coisa: ele não valoriza o servidor, mas anuncia pacotes de maldades como se fossem melhorias consideráveis. E a imprensa engole e repercute, mas nós, trabalhadores, sabemos como é que funcionam na prática esses pacotes”, critica o Diretor de Comunicação do SIFUSPESP Adriano Rodrigues.

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