Neste domingo (14) estourou um motim que teve duração de mais de 21 horas, na penitenciária Dr. Antonio de Queiroz Filho (P1), em Itirapina. Dentre as 69 pessoas mantidas como reféns, não havia servidores. O tumulto finalmente teve fim na manhã de hoje.
Assim que soube da notícia, o coordenador do SIFUSPESP na regional Araraquara, José Santos da Silva, foi ao local e acompanhou todo o desenrolar do motim, pois inicialmente havia suspeita de que funcionários poderiam estar entre os reféns - o que não se confirmou: nenhum servidor ficou sobre custódia de presos.
Ao que tudo indica, a confusão foi iniciada por uma briga entre os próprios presos, depois que uma visita foi barrada na entrada da unidade. A briga desandou para um motim, quando os presos tomaram visitantes como reféns (dentre idosos, gestantes e crianças) e assassinaram dois presos.
O mesmo problema de sempre
O coordenador do SIFUSPESP de Araraquara ficou no local desde as 14h30 do domingo até o fim do motim. Afirmou que o evento poderia ter sido evitado se a unidade estivesse de acordo com a demanda cabível ao projeto da penitenciária: "Provavelmente não teria acontecido se a unidade não estivesse superlotada e não houvesse déficit de funcionários", diz José Santos da Silva. E completa: "São os problemas de sempre que deixam as unidades mais vulneráveis e nós, servidores, sobrecarregados".
A PI de Itirapina está com 692 detentos em um espaço com capacidade para 210, ou seja: o triplo de presos do que foi projetada para abrigar. Após o motim, cerca de 70 destes detentos serão transferidos, o que alivia, mas não resolve o problema da unidade. O secretário geral do SIFUSPESP, João Alfredo de Oliveira, (que também marcou presença na unidade), conversou com representantes da SAP onde afirmaram que, os presos mantidos na unidade ficarão na tranca até 2ª ordem.