A primeira assembleia da Campanha Salarial Unificada de 2016, realizada nesta terça-feira, 13/09, em Presidente Prudente, começou tumultuada. No entanto, as três entidades que convocaram oficialmente a assembleia - SIFUSPESP, SINDCOP e SINDESPE - conseguiram conduzir os debates e levar os servidores à reflexão sobre os problemas que afetam o sistema penitenciário paulista.
Durante o evento, a palavra mais proferida pelos dirigentes sindicais foi “união”. Todos concordaram que a unidade das categorias, principalmente os agentes de segurança penitenciária(ASPs) e os agentes de escolta e vigilância penitenciária(AEVPs), é a única forma de fazer com que o governo ouça as reivindicações dos servidores do sistema prisional.
No final da assembleia, foi aprovada uma lista de sugestões de mobilização e estratégias que serão usadas para chamar a atenção do governo do Estado e da população como um todo.
As sugestões serão somadas às de outros servidores, que deverão ser apresentadas nas próximas três assembleias, marcadas para acontecer em Bauru (20/09), Campinas (27/09) e São Paulo (04/10). O objetivo das assembleias é colher propostas dos servidores e organizar um calendário de luta e mobilização estadual.
Mais sobre a Assembleia em Presidente Prudente
A assembleia ocorreu na sede da Central Única dos Trabalhadores(CUT). A sala de reunião ficou lotada com representantes das 16 unidades prisionais da região de Presidente Prudente.
Os trabalhos se iniciaram com o presidente do Sifuspesp, João Rinaldo Machado, que falou sobre as dificuldades dos representantes das entidades sindicais para serem recebidos pela secretaria do Planejamento e pela Casa Civil do governo Geraldo Alckmin. “Apesar de as entidades sindicais serem recebidas pelo secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, as secretarias que definem de fato os reajustes e a concessão de benefícios para os servidores não ouvem a categoria”, ressaltou.
João Rinaldo também fez um breve relato sobre as consequências da greve de 2014/2015 e suas consequências, como os PADs (Processos Administrativos Disciplinares). “O ano de 2016 ainda não terminou. Ainda podemos cobrar, apesar de sabermos que a política do governo é não conceder reajustes para nenhuma categoria. Estamos descontentes e precisamos responder com atitudes contra a inércia do governo", disse o presidente do SIFUSPESP.
Em seguida, o presidente do Sindcop, Gilson Pimentel Barreto, explicou as estratégias que o sindicato tem usado para chamar a atenção do governo. Entre elas constam denúncias sobre a precariedade do sistema prisional feitas à mídia em todo o Estado.
Barreto disse também que o Sindcop tem atuado para defender os direitos da categoria e relembrou as dificuldades que as entidades tiveram para negociar o final da greve sem que houvesse prejuízos para os servidores, na greve de 2014/2015. “Nossa luta é árdua e muitas vitórias da categoria são por meio judicial”, afirmou o presidente do Sindcop.
O secretário-geral do Sindespe, William Nerin Araujo, falou sobre as dificuldades de negociação com o governo encontradas pela entidade que ele representa, e disse ainda que, desta vez, a luta da categoria conta com um diferencial – a participação efetiva dos AEVPs, considerados a última barreira entre sociedade e o sistema prisional. “Agora precisamos dar as mãos. Precisamos nos unir para enfrentar o governo”, disse Araújo.
Durante a assembleia, vários servidores não ligados aos sindicatos fizeram cobranças, como a prestação de contas das entidades sindicais e mais empenho em relação à luta pelos direitos de ambas as categorias, enquanto outros servidores fizeram elogios à atuação dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores.
A Assembleia definiu ainda uma propostas de ações a serem feitas pelos três sindicatos. Confira o que foi aprovado no encontro desta terça-feira:
- As negociações deverão ser feitas em conjunto pelo Sifuspesp, Sindcop e Sindespe.
- Ações jurídicas conjuntas: reposição salarial, déficit funcional e hiper-lotação.
- Trabalho de conscientização nas unidades prisionais com atos simbólicos.
- Manifesto público para chamar a atenção da sociedade e da mídia.
- Manifesto público na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
- Operação legalidade: conscientizar os servidores a realizar somente suas atribuições.
- Acompanhar a agenda do governador com protestos.