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Desde 8 de março de 1857, este dia é marcado pela  lembrança de mulheres que não se conformaram com sua situação e lutaram para reivindicar igualdade nos direitos. Operárias de uma fábrica de tecidos que fizeram uma grande greve exigindo melhores condições de trabalho. No entanto, elas foram reprimidas e trancadas dentro desta fábrica que foi incendiada, acarretando na morte destas 130 tecelãs.

Desde então a mulher passou a lutar para ganhar seu espaço na sociedade, conquistando dia após dia a igualdade dos direitos. E no sistema prisional paulista não é diferente.

A Diretora do Departamento de Mulheres do SIFUSPESP, Márcia Ferraz Barbosa, funcionária do CPP III de Bauru, não pôde deixar uma data tão importante quanto essa passar despercebida, relembrando as conquistas que as trabalhadoras desta categoria já conseguiram com o passar dos anos.

Hoje, aos 53 anos, Márcia diz que o clima nas unidades entre as mulheres teve grande melhora, comparado a alguns anos atrás. Isso por causa da conscientização das mulheres em relação a seus direitos, o não conformismo com a desigualdade e a saída da zona de conforto.

“É um ambiente machista, existe descriminação por parte dos servidores (homens), nós não somos tratadas como companheiros. Mas, as servidoras de hoje em dia não são mais submissas, elas aprenderam a reivindicar seus direitos, vão atrás das leis, não se deixam ser dominadas”, disse a Diretora do Departamento de Mulheres do sindicato.

Sendo assim, o principal problema que envolve as servidoras ainda é a desigualdade. Muitas mulheres que trabalham no sistema prisional travam diariamente a luta para serem tratadas de forma igual a qualquer outro servidor.

Mas não é apenas dentro do sistema prisional que existe isso. Para muitas pessoas, incluindo até mesmo a família das servidoras não conhecem como funciona o serviço de uma agente penitenciária. No caso da Márcia, que trabalha em uma unidade masculina de semiaberto, a falta de informação é ainda maior. “Eu não trabalho para o preso, mas para o preso”, disse Márcia a respeito de seu trabalho dentro do CPP III de Bauru, que abriga 1200 detentos, com um total de 254 funcionários dos quais apenas 14 são mulheres.

Muitas pessoas desconhecem o fato de que mulheres também fazem parte do quadro de funcionários de unidades masculinas. Afinal, são elas que fazem a revista para entradas das mulheres nas visitas aos finais de semana. Essas mulheres, as ASPs, também são responsáveis pelo funcionamento das unidades do sistema prisional. Elas também fazem parte do corpo de funcionários das unidades, e como guerreiras têm conquistado seu espaço pouco a pouco neste sistema.

“As mulheres precisam se mobilizar, se unir e não ter medo de reivindicar seus direitos. Elas precisam participar mais das mobilizações e buscar ajuda dos órgãos que estão dispostos a ajudar, como nós do SIFUSPESP”, finalizou Márcia.

 

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