Aconteceu neste final de semana o 5º caso de assassinato de agente penitenciário só neste ano. Na madrugada de sábado (10), um agente penitenciário foi morto a tiros quando voltava do trabalho, no Centro de Detenção Provisória de Praia Grande.
O agente penitenciário Thiago Nunes Santos Silva, 27 anos, estava voltando pra casa quando, de acordo com a polícia, um veículo bateu na moto da vítima anulando a chance dele reagir ou fugir. O colete a prova de bala usado por Thiago não foi suficiente para salvar sua vida. Foram 14 tiros disparados. Alguns acertaram locais que o colete não protege.
Em matérias publicadas na imprensa sobre o homicídio, há sempre a informação de que o ASP estava recebendo ameaças. O Diretor de Departamento de Saúde do SIFUSPESP, Luiz da Silva Filho (Danone), denunciou à imprensa (veja reportagem aqui) a questão da insegurança da categoria. Disse que estas ameaças são comuns dentro e fora das unidades prisionais. "Cobraremos, além de melhores condições de trabalho, os direitos da família dos servidores executados", afirma.
A diretoria do SIFUSPESP fez um boletim de ocorrência sobre a morte do ASP. Os diretores Luis Danone, Carlos José e Benedito dos Santos juntos com vários companheiros de profissão estiveram presentes no enterro de Thiago Nunes. O rapaz deixou 3 filhos, uma menina de 6 anos, uma de 3 anos, e um bebê de poucos meses. "É sempre triste a morte de um companheiro, ainda mais alguém tão novo. Não podemos tratar com banalidade, como o governo faz", lamenta o diretor Carlos José.
Assunto delicado
Danone denuncia a falta de respeito do governo até pelos servidores mortos. "O governo afirma que está pagando R$200 mil à família dos funcionários executados, mas a família não vê a cor do dinheiro". A cobrança deste direito é uma das batalhas do SIFUSPESP em prol da categoria.
"Não é pelo valor que digo, mas pela propaganda enganosa. O valor seria um conforto, mas dinheiro nenhum trará de volta a vida do servidor", completa o diretor.
No ano passado 22 agentes penitenciários paulistas foram assassinados. Neste ano, já são cinco mortos. "Funcionários do sistema prisional precisam de mais segurança. Esta é uma das bandeiras que vamos levantar no grande Ato Público que faremos dia 6 de setembro", informa João Alfredo, Secretário Geral do SIFUSPESP.