Na madrugada desta quarta-feira, cinco presos que cumpriam pena por tráfico e roubo fugiram do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Mongaguá, uma das unidades mais perigosas do estado de São Paulo. A fuga foi detectada por um policial penal escalado na torre 3, que acionou o alarme. Os presos, todos da Ala C do Pavilhão 2, escaparam por um buraco feito na parede do banheiro da ala. Eles pularam os alambrados, um muro e acessaram o pátio de estacionamento. Ao avistarem um policial penal na subportaria, pularam o muro de volta e escaparam pela mata. A Polícia Militar foi acionada imediatamente e realizou buscas no entorno da unidade.
Histórico de problemas
Histórico de problemas O CPP de Mongaguá enfrenta superlotação e um déficit de cerca de 30% de profissionais penais. A unidade tem capacidade para receber 1.640 presos, mas atualmente abriga 2.154 detentos, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A penitenciária funciona no regime semiaberto, onde os presos podem trabalhar durante o dia e retornar à unidade para dormir à noite.
Em março de 2020, mais de 500 detentos fugiram do CPP de Mongaguá após o cancelamento das 'saidinhas' devido à pandemia de coronavírus. Na ocasião, os presos se rebelaram e fizeram funcionários reféns antes de escapar em massa. Os oito reféns foram posteriormente liberados.
Os profissionais que atuam no CPP de Mongaguá vivem sob constante risco de ataques. Em 2021, o Sindicato solicitou o fechamento da unidade devido à insegurança. Em fevereiro deste ano, policiais penais do CPP Mongaguá foram alvo de disparos efetuados por criminosos que tentaram invadir a unidade. Felizmente, nenhum policial foi ferido.
Em maio, dois homens que invadiram o CPP foram mortos por PMs durante buscas na cidade. Eles tentaram arremessar mochilas com celulares e um revólver para os detentos, mas fugiram sem concluir a missão. Houve troca de tiros com os policiais penais e a dupla escapou por uma área de mata, mas foi localizada e confrontada pela Polícia Militar na mesma noite.
Os criminosos têm utilizado drones para arremessar itens proibidos, como celulares e drogas, para dentro da unidade, dificultando a detecção pelos policiais penais. Em uma recente interceptação, dois pacotes contendo seis celulares foram apreendidos.
Segurança insuficiente
A superlotação, o baixo efetivo e a proximidade com a mata tornam o CPP de Mongaguá uma das unidades mais arriscadas do sistema prisional paulista. Em abril, a unidade tinha 109 policiais penais divididos em quatro turnos para cuidar de mais de 2 mil detentos. A segurança é insuficiente para garantir a ordem na unidade. Além disso, faltam de torres com guarda armada e condições de segurança mais aprimoradas.Com estas fugas São Paulo já acumula 24 fugas do regime semiaberto desde dezembro de 2023.