Guerreiras do sistema prisional: na segurança, na área técnica e na administração são exemplos de mulheres de fibra!
Hoje no dia internacional da mulher devemos destacar o papel fundamental, mas muitas vezes esquecido das mulheres no sistema prisional.
Todos que conhecem,sabem que o sistema prisional é talvez um dos ambientes mais hostis do serviço público.
Além dos riscos inerentes ao trabalho penitenciário, o ambiente quase exclusivamente masculino já traz em si desafios às mulheres que nele trabalham.
Inadequação dos espaços, falta de programas adequados de suporte, horários pouco flexíveis e um descaso institucional para as questões femininas.
Quando falamos em guerreiras, nosso pensamento logo se volta para a segurança, porém não devemos esquecer que o risco acompanha a todos que laboram no maior sistema prisional da América Latina, as dificuldades de um ambiente insalubre e a obrigação de convivência com alguns dos criminosos mais perigosos do país faz parte da rotina de todas as mulheres que trabalham no sistema prisional.
Máquina de moer gente
Se para os homens o sistema prisional já é um ambiente brutal, para as mulheres ele é ainda pior. Além das pressões culturais e sociais impostas às mulheres pela sociedade, elas têm de enfrentar o assédio moral, sexual e intelectual quase que institucionalizado, em uma secretaria que pouco ou nada faz para extirpar esses males.
Excesso de trabalho, dupla ou tripla jornada e baixos salários; em um ambiente de estresse constante e muitas vezes, o afastamento da família, completam um quadro que adoece e por vezes mata suas trabalhadoras.
Se nas funções técnicas de saúde e administração a situação é calamitosa quanto ao quadro de pessoal reduzido ,os assédios e a carga brutal de trabalho, as Policiais Penais femininas sofrem ainda mais.
O afastamento da família, boa parte obrigadas a deixar os filhos para ganhar o sustento, tornam a vida destas policiais muito próxima do insustentável, cobrando um alto preço em sua saúde mental e física devido à falta uma política adequada de transferência e a absurda e irregular provisoriedade de sua alocação.
Se a famosa “escolha de vagas” é cruel com os homens, com as mulheres é simplesmente desumana,devido às longas esperas; negando até mesmo o direito de sonhar em trabalhar próximas a suas famílias.
O que deveria ser uma benção se tornou uma maldição
Se todos sonham em trabalhar em unidades sem superlotação, para as Policiais Penais femininas o estado conseguiu transformar isso em um pesadelo, pois ao invés de aproveitar a redução da população carcerária feminina e transformar essas unidade em modelos de execução penal, prefere converter unidades femininas em masculinas no afã de reverter a falta de vagas e o quadro de baixo investimento, pouco se importando com o destino das profissionais que trabalham nestas unidades.
Primeira barreira de segurança
Todos sabem que os visitantes são um dos principais vetores de entrada de ilícitos nas unidades, seja por pressão das facções ou dos familiares detidos, as mulheres acabam sendo uma fonte de abastecimento de ilícitos e elo de ligação entre os criminosos e o mundo exterior.
Na difícil função de impedir esses crimes sempre estão nossas guerreiras que com experiência e tirocínio são responsáveis por barrar boa parte das tentativas do crime em usar um momento, que deveria ser uma fonte de incentivo à ressocialização para executar seus intentos criminosos.
Se não fossem essas mulheres que em número muito abaixo do ideal atuam no processo de revista perdendo praticamente todos os finais de semana junto a suas famílias, o nível de segurança de nossas unidades seria muito pior.
Quando pensamos nas mulheres do sistema prisional vem em mente a música de Erasmo Carlos: “Dizem que a mulher é o sexo frágil, mais que mentira absurda!”
A todas as guerreiras do Sistema Prisional, o SIFUSPESP deixa sua homenagem, pois vocês são a maior prova de que:”Lugar de mulher é onde ela quiser!”