No sábado, um agente foi agredido enquanto procedia à distribuição de medicamentos no pavilhão disciplinar da PII de Presidente Venceslau.
Um preso da cela 7 arremessou um punhado de fezes, atingindo o policial penal no ombro.
Ato contínuo o sentenciado passou a ameaçar o Policial Penal que na próxima vez iria furá-lo com um espeto, além de ameaçar a família do Policial Penal dizendo que iria “arrombar” a esposa e matar a família do Policial e proferindo diversos xingamentos contra o mesmo.
Além disso, o sentenciado ameaçou usar “parceiros da rua”, para encontrar o Policial Penal.
O sentenciado ainda deu inúmeras cusparadas em direção ao policial penal e continuou as ameaças de morte falando para o Policial abrir a cela que ele iria furá-lo.
Foi registrado um boletim de ocorrência.
Agressões se multiplicam
A falta de pessoal e de condições materiais tem causado um aumento das ocorrências disciplinares nas unidades prisionais paulistas em uma dinâmica que tende a se agravar visto que enquanto não for regulamentada a Polícia Penal não haverá novo concurso e um eventual concurso em 2024 na prática significará a contratação de novo efetivo somente em em 2025.
Dados do ministério da justiça mostram a redução preocupante do quadro de pessoal da SAP
O RELIPEN (Relatório de informações Penitenciárias) do Ministério da Justiça relativo ao 1º semestre de 2023 demonstra que em 30 de junho de 2023 a SAP contava com 27209 Policiais Penais entre ASPs e AEVPs, se compararmos com os números de dezembro de 2022 divulgados em 29 de abril deste ano no Diário Oficial temos uma redução de 2032 pessoas em 180 dias, o que significa a saída de uma média de 11 Policiais Penais por dia por aposentadoria, exoneração ou falecimento.
Governo e SAP foram avisados
Tanto o secretário da Casa Civil, quanto o Secretário da SAP Sr.Marcelo Streifinger foram comunicados pelo SIFUSPESP que a situação é insustentável sem a contratação urgente de pessoal.
O excesso de trabalho e as péssimas condições laborais têm levado a um número cada vez maior de Policiais Penais a se afastarem por problemas de saúde física e mental, agravando ainda mais o déficit e aumentando os riscos daqueles que permanecem na ativa.
Segundo Fábio Jabá Presidente do SIFUSPESP “O déficit vem demonstrando o descaso do Governo Tarcísio para com o sistema prisional. Tentamos de todas as formas mostrar ao governo que a situação é insustentável e que tanto os Policiais Penais quanto a sociedade correm sérios riscos caso a situação não seja revertida.”
“Antes dos ataques de 2006 o SIFUSPESP tentou alertar o governo para os riscos e não fomos ouvidos, hoje infelizmente vejo a situação se repetir…” completa o sindicalista.