Campanha nacional encampada pelos governos estaduais e federal é apoiada pela Diretoria de Saúde do SIFUSPESP, que destaca necessidade de servidoras do sistema prisional se protegerem da doença, que matou 270 mulheres em 2021 e registrou mais de 16 mil casos no Brasil nos últimos três anos
por Giovanni Giocondo
No mês da mulher, a prevenção ao câncer de colo de útero é o foco do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde(CONASS) para tentar diminuir o índice cada vez mais alto de vítimas da doença no Brasil.
Com a campanha “Março Lilás”, espalhada por unidades básicas de saúde, hospitais e outros estabelecimentos públicos de saúde, as entidades e governos estaduais, federal e as prefeituras municipais têm dado ênfase no trabalho de cuidado com a saúde feminina, sobretudo porque esta variação do câncer é uma das maiores causas de óbitos das mulheres em todo o mundo.
Em 2021, por exemplo, 270 pessoas morreram no Brasil em razão dos tumores causados pelo papilomavírus humano(HPV), média de 23 a cada mês. Enquanto isso, 16.710 casos foram registrados no país entre 2020 e 2022, conforme os dados fornecidos pelo Instituto Nacional do Câncer(Inca).
De acordo com médicos especializados no combate ao câncer de colo de útero, a principal origem da infecção está relacionada à não utilização de preservativo, já que o microorganismo é transmitido via relação sexual, causando lesões que podem levar ao surgimento da doença em sua forma mais grave .
Preocupado com o bem estar das servidoras do sistema prisional paulista, a Diretoria de Saúde do SIFUSPESP expressa às profissionais que atuam nas unidades do Estado sobre a necessidade da prevenção do risco de contaminação pelo papilomavírus, que não escolhe idade ou condição de saúde da mulher para se manifestar.
Entre as principais formas de se detectar o câncer do colo de útero está o exame do papanicolau, realizado gratuitamente através do Sistema Único de Saúde(SUS) e que deve acontecer tão logo se inicie a vida sexual da mulher. Ao diagnosticar eventuais lesões pré-malignas, o médico pode iniciar o tratamento da paciente, que possui altas chances de cura, na grande maioria dos casos.
Para o diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira, a atenção aos cuidados preventivos que são recomendados pelas entidades especializadas do Brasil devem ser seguidos à risca pelas guerreiras do sistema prisional, “sob pena de serem registradas cada vez mais vítimas de uma doença considerada evitável, e que leva à morte pessoas saudáveis, que caso tivessem se cuidado, muito possivelmente seriam salvas”.
Além dos exames de diagnóstico, a principal ferramenta do combate ao HPV é a vacinação de crianças, pré-adolescentes e adolescentes. A imunização é recomendada para meninas entre 9 e 14 anos e meninos que têm de 11 a 14 anos, justamente a faixa etária que habitualmente antecede o início da vida sexual.