Investigação foi iniciada há cerca de um ano, e descobriu que ao menos três das gestantes tiveram aborto em razão de terem introduzido entorpecentes no próprio corpo. No total, seis pessoas foram presas e três continuam foragidas
por Giovanni Giocondo
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira(22) uma quadrilha especializada em usar grávidas para levar drogas para dentro da Penitenciária II de Presidente Venceslau, na região oeste do Estado.
A operação, batizada de “Mitéra”(do grego “Mãe”), terminou com a prisão de seis pessoas em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, e em Presidente Venceslau - três deles são sentenciados que cumprem pena na unidade. Outros três suspeitos estão foragidos.
De acordo com as investigações, que duraram ao menos um ano, e que foram iniciadas após a apreensão de 100 gramas de maconha trazida por uma gestante à unidade, o esquema utilizava as mulheres já no período final de sua gestação, que introduziam os entorpecentes em seus órgãos genitais para tentar driblar a fiscalização.
Ainda conforme o relato da Polícia Civil, ao menos três mulheres que foram alvo do mandado de prisão teriam tido complicações na gravidez em razão da prática, e perderam os bebês após o parto.
O inquérito também concluiu que nenhuma das grávidas conseguiu entrar na unidade com as drogas, já que foram flagradas pelas policiais penais em atitude ilícita após terem sido submetidas ao aparelho de scanner corporal.
Segundo o delegado Roberto Miguel, responsável pela operação e titular da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes(DISE) de Presidente Venceslau, as mulheres eram aliciadas por um dos criminosos, que era responsável também por embalar os entorpecentes e pagá-las pelo serviço de “mulas”.