Apesar da decisão da justiça, o SINSAP considera o movimento vitorioso devido a adesão massiva dos servidores e a abertura de negociações
Após duas semanas de greve e mais de 90% de adesão da categoria - fato nunca acontecido na história do Estado - o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Mato Grosso do Sul(SINSAP) encerrou o movimento devido decisão judicial de multar cada agente penitenciário com R$500 por dia. Apesar disso, o governo do Estado, que até então não havia dado nenhum posicionamento apontou para um negociação.
Em nota publicada no site do sindicato, que pode ser lida pelo link abaixo, o presidente do SINSAP, André Luiz Santiago,declarou que a decisão de encerrar o movimento foi porque a partir daquele momento estaria afetando diretamente a vida do trabalhador.
<http://www.sinsap.com.br/novidade/nota-do-sinsap-sobre-a-suspensao-da-nossa-paralisacao/1358>
Santiago agradeceu o engajamento histórico da categoria dos agentes, que apesar de todas as dificuldades mantiveram-se firmes e unidos na luta pelo reajuste salarial e por melhores condições de trabalho e considerou o movimento vitorioso, apesar de todos os ataques sofridos durante a greve.
Segundo o presidente, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário(Agepen) foi responsável por inúmeras ações judiciais, incluindo o seu pedido de prisão, na tentativa de interromper o movimento.
“Enquanto apenas o Sindicato era atingido mantivemos a paralisação. Ainda que aparentemente em situação desfavorável, encerramos em meio a um movimento extremamente forte. Não fosse assim,a decisão da justiça não teria sido tão dura”, afirmou Santiago.
Para o movimento grevista não foi uma derrota e considerou como “principal vitória” a demonstração de uma nova postura dos funcionários dos sistema penitenciário do Mato Grosso do Sul.
“A luta não terminou aqui. Durante a paralisação os agentes penitenciários mostraram pertencer a um grupo de trabalhadores conscientes e engajados na luta por seus direitos. Hoje tenho a certeza de que podemos conquistar o que nada mais é dever do Estado nos fornecer: condições dignas de trabalho”, disse.
Além disso, o governo pactuou em acordo convocar novos agentes penitenciários, reativar as horas extras e retomar as negociações para atender outras demandas da categoria.
“Não poderia ser diferente. Com um movimento dessa magnitude, o Estado ficaria desmoralizado caso ignorasse nossa situação”, concluiu.
SIFUSPESP e a luta no Estado de São Paulo
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) parabeniza os companheiros do Mato Grosso do Sul pela corajosa ação de organização da categoria e pela declaração de greve e força no decorrer da mesma.
No Estado de São Paulo, a nova diretoria do Sifuspesp, que recentemente obteve a regularização de parte de sua documentação registral e de suas contas em virtude de embate jurídico com a antiga diretoria, está pavimentando os caminhos para reestruturar administrativamente e financeiramente o sindicato.
Apresentar novos serviços para nossos filiados, mobilizar e manter a categoria preparada para as múltiplas lutas que já estamos enfrentando, aumentando o nível de informação acerca de nossa conjuntura e preparando uma estratégia que nos permita criar um amplo movimento para lutar por aumento salarial e outros direitos.
Atualmente a classe trabalhadora em diversas categorias tem sofrido muitos ataques a seus direitos. <http://www.sifuspesp.org.br/noticias/4693-novo-ataque-senado-quer-fim-da-estabilidade-do-servidor-publico>
A PEC do Teto que congelou investimentos no país para 20 anos, tem sido um modelo copiado por outras administrações. O Governo do Estado de São Paulo também tem tomado medidas similares, neste momento contra todo o funcionalismo público.
É por isso que o SIFUSPESP está organizando caravanas vindas de todo o interior do Estado para o Ato Contra o Congelamento de Verbas e Salários que acontecerá na próxima sexta-feira, 27/10 na avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 13h. Convocamos a todos os funcionários do sistema a unir-se às demais categorias de trabalhadores nessa luta!