Luiz Flavio Gomes

Jurista e comentarista do Jornal da Cultura
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Vou tentar não me emocionar, falar o mais tranquilo possível. Arigato, arigato, arigato. Eu fiz tudo o que pude. Lutei, lutei, infelizmente acabou. Tinha muitos projetos para fazer. Iria contribuir bastante. Muita coisa foi feita. Tudo o que eu podia eu fiz. Dizer que eu adoro todo mundo. Claro, tem pessoas que é mais fácil fazer um agradecimento especial, evidentemente que tem, mas diante da impossibilidade de estar abraçando todo mundo, ao menos gravo uma mensagem genérica e que caiba para todos. Nesse sentido estou trabalhando nessas últimas horas. Vamos em paz, sossego, tranquilidade. Tem muita gente por vir, gente por nascer, mas, em suma, fazer o que? Né? Toquem a vida. Eu dei o pontapé inicial e agora tocar a vida é o dia a dia.


Minha vida não foi de todo triste. A vida que nós tivemos não foi uma vida também de se jogar fora. Ah....fez tudo errado... [ironia]. Nós procuramos fazer tudo certo, dentro das limitações e das circunstâncias. Nós somos nós e as nossas circunstâncias. Isso provou Ortega y Gasset. Portanto em cada momento a vida nos apresenta circunstâncias bem diferentes.


Aí sim eu coloco a carteira e todas as honras do cargo, porque foi muito difícil conquistá-lo. Então agradecer todo mundo – eleitores, grandes companheiros. Eu estou o mais grato possível. Eu fiz de tudo para superar. Infelizmente não foi possível. Mas, assim é a vida!


Se um lado eu não me despeço de todos os amigos com os mais alegres compositores; de outro lado, também não fico só ouvindo Schopenhauer... é muito triste Schopenhauer... Meio termo, meio termo, como sempre quis pautar a minha vida.

Luiz Flávio Gomes, 31 de março de 2020 - terça-feira, 13h45.