Não aceitaremos calúnias e distorções que venham a manchar a honra do funcionalismo público Paulista.

O vereador Rubinho Garcia, do PSL, começa seu vídeo com uma versão distorcida de que a reforma administrativa é adequada.

Uma das críticas quase unânimes entre os deputados estaduais ao PLC 26 é a de que a reforma é mal elaborada, mistura diversos tópicos diferentes da administração Estadual, e que tenta ser uma "minirreforma administrativa".

Além disso, o regime de urgência impede a discussão, diminui a transparência e esconde as consequências da sociedade.

Onde isso é adequado?

Privilégios? Regalias? Mamatas?

O Nobre vereador talvez esteja se referindo ao próprio mandato (basta ver no link https://www.saopaulo.sp.leg.br/transparencia/custos-de-mandato/) , pois nós servidores públicos do sistema penitenciário não conhecemos privilégios, regalias ou mamatas, muito menos os policiais civis, técnico científicos e militares.

Como também não conhecem privilégios os professores, médicos, enfermeiros e demais categorias do funcionalismo público que atuam diretamente em contato com a população.

Nós policiais penais e demais trabalhadores da Administração Penitenciária perdemos cento e vinte companheiros e companheiras para a Pandemia. Na saúde e nas demais forças de segurança a COVID também cobrou um preço insuportável em vidas.

A população acompanha no dia a dia a situação de penúria desses trabalhadores e seu esforço incansável para salvar, proteger e transformar vidas.

Todos os que dependem dos serviços públicos (ao contrário do nobre vereador) sabem que que estes servidores que o atendem no dia a dia tem salários defasados e trabalho em excesso.

O nobre edil faz uma confusão proposital entre um benefício já existente para algumas categorias do funcionalismo público: O Bônus por produtividade só é pago se as metas são atingidas e o PLC 26 estende o bônus para todas categorias .

Quanto a afirmar que o Funcionário é “pago para não fazer nada”.

O vereador como ocupante de um cargo público ao saber de tal ilegalidade (servidor ser pago sem trabalhar) teria por obrigação denunciá-la sob pena de cometer prevaricação.

Mas o show de argumentos vazios e distorções não param, o vereador aponta as faltas abonadas como “privilégio” como se o trabalhador pudesse faltar como quiser e bem entender. Nada mais longe da realidade. São concedidas “ 6 por ano, não excedendo a 1 por mês”.

Por não conhecer a realidade dos trabalhadores no serviço público o vereador não sabe por exemplo, que os Policiais Penais, muitas vezes, usam esta falta abonada para ficar mais um dia com a família, pois muitos trabalham na capital e moram no interior, às vezes a mais de 800km do trabalho. Que muitos são obrigados a dobrar plantões por falta de pessoal ou que trabalham no horário de descanso (Dejep) ou que podem ser convocados a qualquer hora devido ao RETP.

Que a maioria dos policiais penais têm doenças relacionadas ao estresse e ao excesso de trabalho.

E o vereador chama seis folgas por ano de privilégio?

Vereador Rubinho Nunes, não venha enxovalhar a memória de cento e vinte trabalhadores do sistema prisional mortos devido a pandemia dizendo que somos privilegiados e não trabalhamos.

Por último, o vereador defende a contratação de temporários alegando a questão das greves, o que o “Soldado do MBL” esquece de dizer é que a contratação de temporários é uma das grandes manobras que políticos usam para driblar a rigidez e seriedade dos concursos públicos e aninhar na máquina pública aliados e cabos eleitorais junto com trabalhadores precarizados e com direitos reduzidos, que são os temporários.

Será este o objetivo do nobre vereador?

Ou o que lhe motiva é o ódio ao servidor que presta serviços à parcela mais humilde e desassistida da população.

Aqueles para quem um Enfermeiro, um Soldado PM ou Bombeiro, um Policial Civil ou um Policial Penal, podem significar a diferença entre a vida e a morte.