Por Flaviana Serafim

“Se o reajuste não melhorar, São Paulo vai parar” foi a palavra de ordem que marcou o protesto dos servidores penitenciários realizado na tarde desta segunda-feira (4), em mobilização unificada que reuniu cerca de 10 mil pessoas todas as categorias que integram as forças de segurança pública de São Paulo, numa reação ao reajuste salarial de apenas 5% anunciado pelo governador João Doria (PSDB).

Sob o sol forte e sensação térmica de 40°, centenas de servidores de todas as carreiras do sistema prisional, além de concursados que aguardam nomeação, se concentraram em frente à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e deram seu recado a Doria ao secretário, o coronel Nivaldo Restivo. Para expressar a insatisfação com o pífio reajuste e com desvalorização dos trabalhadores, os servidores penitenciários usaram um caixão para representar o enterro dos 5% ao som da marcha fúnebre. 

Esse foi o primeiro de outros atos públicos e protestos da categoria e de todas as forças públicas, explica Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP.  “Agora é fazer com que a Operação Legalidade aconteça, com que cada servidor se conscientize de que essa é a hora de cobrar nosso valor, de pensar na nossa família e no nosso futuro. Temos muita coisa para mudar e só nós podemos fazer isso”, defende. 

Da SAP, os manifestantes seguiram numa caminhada de quase seis quilômetros pelo corredor norte-sul, ocupando duas pistas da Av. Ataliba Leonel, em Santana, até à Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), na Rua Líbero Badaró, centro da capital. Lá os servidores penitenciários se somaram aos policiais civis e veteranos, técnico científicos, militares veteranos e suas associações, ocupando toda área em frente à SSP-SP para exigir reajuste digno e valorização.

Ao longo do percurso, dirigentes do SIFUSPESP, do SINDASP e SINDCOP, que integram o Fórum Penitenciário Permanente, além de dirigentes de base e outros servidores, dialogaram com a população pelo carro de som. Eles explicaram as razões do protesto, a importância do servidor penitenciário para a segurança pública e denunciaram tanto a privatização do sistema prisional pretendida por Doria quanto o descaso e as falácias do governador com os trabalhadores.

Dos pontos de ônibus, carros, bares e restaurantes, populares acenaram expressando seu apoio aos manifestantes e outros aplaudiram a chegada dos servidores penitenciários na Rua Líbero Badaró, ponto de encontro do protesto. 

As mobilizações vão continuar, reforça Fábio Jabá, e os próximos passos e estratégias serão discutidos em reunião com os representantes de todas as entidades das categorias das forças públicas do Estado de São Paulo.