Funcionários prisionais utilizam a estrada da Usina de Maringá “emprestada” e que encontra-se em péssimas condições para conseguirem trabalhar

 

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) denuncia em nome dos funcionários do Centro de Ressocialização (CR) Masculino de Araraquara as péssimas condições da estrada que dá acesso ao CR. O sindicato foi procurado por vários funcionários que pediram anonimato.

O problema ocorre desde 2012 quando para construir o Terminal Intermodal da cidade foi necessário fazer um “corte” na Estrada Municipal ARA 250 para a passagem do trilho do trem abaixo do nível da mesma que ficou inutilizada. A estrada utilizada pelos servidores e população dos arredores é emprestada da Usina Maringá e encontra-se em péssimo estado de uso.

Os responsáveis pela obra do trem deveriam ter construído uma ponte ou viaduto para que o acesso ao CR, que só pode ser feito pela Estrada Municipal citada, pudesse ser realizado com segurança. Entretanto, já em 2018, nada foi feito, o que obriga os trabalhadores prisionais utilizar uma estrada particular que não é pavimentada e está em estado precário.

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Segundo trabalhadores, sempre que um pedido é feito para as autoridades, o empecilho colocado pelos governantes é de que trata-se de uma estrada particular da usina e por isso não pode ser asfalta. Entretanto, a estrada oficial teve uso interrompido devido a construção dos trilhos. A estrada da usina é a única alternativa.

O caminho utilizado, encontra-se em péssimas condições de uso e piora quando chove. Vários veículos de funcionários foram danificados por buracos, pedras ou inundações. Nas épocas de chuva, a lamas e as poças profundas, tornam a travessia ainda mais difícil. Alguns servidores já tiveram o carro todo danificado nessas ocasiões, quando presos nas poças, perderam motor, parte elétrica, estofamento e tapeçaria do veículo.

Eles contam que “quando chove muito, não dormem, preocupados se chegarão ou não ao trabalho com segurança e sem prejuízos”. Os funcionários ainda denunciam que “não é recomendado falar sobre o assunto”  e que inclusive já foi sugerido “aos que não estivessem contentes com a estrada que pedissem transferência de unidade”.

A insatisfação, entretanto é de todos. Os funcionários não desejam a transferência, mas ter condições de chegar ao seu local de trabalho. Todo órgão público deve ter o acesso humanizado. Não são apenas funcionários que precisam chegar ao CR, mas também empresários que mantém parceria com a unidade, advogados, oficiais de justiça, juízes para fiscalização, familiares de presos.

“Ambulâncias já ficaram atoladas, necessitando socorrer presos. Já ajudamos a desatolar uma viatura da PM que ficou encalhada quando ia para ao CR para escoltar um preso até o fórum. Enfim, em épocas de chuva os mesmos problemas se repetem certamente”, afirmou um servidor.

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Ações do SIFUSPESP

O SIFUSPESP, representado pelo coordenador da Regional de Araraquara Fernando Pereira Ferreira de Itirapina encaminhou ofício para a Câmara de Vereadores da cidade de Araraquara pedindo providências em relação a essa dificuldade de acesso ao trabalho dos funcionários do CR.

“Também foi agendada uma reunião com a deputada estadual Márcia Lia (PT), da região de Araraquara, para que ela visite o local, e a partir daí estabeleça um plano de ação para resolução do problema”, afirmou o presidente do SIFUSPESP Fábio César Ferreira, o Jabá.