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Polícia Penal de São Paulo exige respeito e isonomia




Somos policiais penais. É o que diz a Constituição Brasileira, a Constituição do Estado de São Paulo e a prática diária que nos faz a mais perigosa profissão de toda a segurança pública e a segunda do mundo.
Cansados de décadas de desvalorização e descaso, a categoria apresentou, ainda na campanha eleitoral, um completo raio-x do sistema prisional a todos os candidatos, como forma de valorizar o diálogo e contribuir com o Estado. Diante do discurso e de sua íntima ligação com a segurança pública, os servidores do sistema prisional e suas famílias, em peso, optaram por dar seu voto de confiança a Tarcísio de Freitas.
Ao hoje governador, os policiais depositaram a esperança de que, finalmente, depois de décadas de sofrimento, seriam reconhecidos pela importância do trabalho na custódia de presos, que afeta diretamente a qualidade da segurança pública que o Estado oferece ao cidadão de São Paulo.

Durante os primeiros meses do governo, a disposição da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) em ouvir dos servidores do sistema prisional na elaboração das leis que instituem a Polícia Penal pareceu confirmar a expectativa de que, enfim, a Polícia Penal seria tratada com respeito.

Mas o anúncio de que o governador Tarcísio vai, pessoalmente, entregar à Alesp um projeto de valorização das carreiras policiais que ignora a Polícia Penal é um sinal de que, talvez, pouco tenha mudado. Cada movimento político do governador é uma sinalização à sociedade. E o que captamos dessa vez é o sinal de que teremos que continuar nossa luta de décadas para sermos tratados com isonomia diante de todas as polícias paulistas. Não aceitaremos ser ignorados e não cederemos.

Toda a comunicação sobre o projeto de valorização da Polícia Penal foi falha. Nos vários questionamentos que fizemos, sempre ouvimos como resposta que o plano de valorização era elaborado em conjunto entra a SAP e a SSP. Essa também sempre foi a retórica inflamada dos deputados da base aliada.

Na última quinta-feira, em discurso na Alesp, um deputado da base aliada informou que a SAP ficaria fora do anúncio de reajuste em 2 de maio. Diante da manifestada revolta da categoria e do nosso chamado à mobilização, na sexta recebemos ligação do secretário executivo. Ele afirmou que o estudo que a SAP fez já está pronto e foi enviado há mais de quinze dias. Ainda autorizou que divulgássemos a informação para a categoria. Mas no sábado, a informação oficial da SAP era bem diferente: um PLC seria apresentado em separado e ainda estaria em fase de estudo.
Esses acontecimentos deixam claro que à nossa categoria não resta outra alternativa que não a mobilização. É por isso que a participação de todos é fundamental. Pressione o governo, os deputados e a secretaria nas redes sociais e se junte ao nosso protesto no dia 2 de maio, a partir das 10h, na Alesp.

Diante do descontentamento público de nossa categoria, a nota da SAP pretende apontar culpados para o que classifica de “boatos que enfraquecem a categoria”. Se há uma preocupação em valorizar a Polícia Penal, ela deve começar por uma comunicação transparente e objetiva, não por perguntas sem respostas. Estamos abertos, dispostos e ansiosos pelo diálogo, mas também atentos aos sinais. Exigimos respeito pelo que somos.

Somos a Polícia Penal de São Paulo.