César Cabral ganha mais um campeonato e deixa palavras de incentivo uma das categoria mais importantes da segurança pública, por vezes, renegada

 

Mais uma vez, o agente penitenciário Cabral sobe no pódio.

Dessa vez no Campeonato Paulista de Karatê tradicional.

E no momento que ele desce do pódio diz...

_ Bora representar nossa classe no Brasileirão agora e depois no Pan Americano.

Tudo isso é muito belo de se ver, mas uma dúvida fica. Onde encontrar tanta disposição e empenho para isso tudo sem ao menos ter nenhum apoio? E por que essa gana de levar o nome de sua classe tão longe?

Em resposta, Cabral e suas palavras de força, como quem busca ser o braço amigo:

_ Não nego que é muito difícil e às vezes penso em parar. Quando, por exemplo depois do brasileiro ou do mundial, chego da competição às 4 da manhã, depois de viajar na maior parte das vezes de ônibus ou van. Chego, tomo banho e vou para o plantão.

Quando me pergunto pra que isso? Não sei me responder, mas no fundo sinto que posso ser exemplo para vários colegas que trabalham no sistema. Sei quem às vezes precisa de uma palavra amiga, um exemplo a seguir, estímulo para continuar.

E quanto ao apoio?

_ A falta deste não me fará parar, apenas me impulsiona a cada dia correr mais e mais atrás de representar aqueles que estão protegendo com a vida esta sociedade, meu apoio são os mais de 25 mil AGENTES PENITENCIÁRIOS do Estado que acordam toda madrugada para prestar seus trabalhos nas unidades prisionais paulista, eles são meu apoio.

Sempre falamos do sonho de ser um grande esportista. Não existe glamour na profissão do AGENTE PENITENCIÁRIO. Por que fazer questão de falar que faz parte da categoria?

_ Um dia sonhei em ser um policial, em servir e proteger, passei em alguns concursos e Deus me agraciou em tomar posse no cargo de AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO. Apaixonei-me pelo trabalho e o faço todos os dias como se fosse a primeira vez em anos, com paixão e com dedicação. Vi e entendi o tanto que a falta de incentivo, a falta de reconhecimento e a  falta de apoio, leva o nosso profissionalismo para um buraco, e às vezes colegas chegam a cometer o suicídio. Sabemos disso.

Cada vez que subo no pódio, cada vez que externo palavras de incentivo e de apoio, cada vez que tento mostrar que SOMOS necessários para a sociedade, acredito que muitos de nós passam a sentir orgulho de ser agente penitenciário e de de fazer parte dessa classe.

Então tento levar nosso nome o mais longe possível.

Amor pelo que faço, amor pelos irmãos de farda e FÉ é do que precisamos para sermos melhor. É o que me faz nunca parar de representar.